Coronel Paulo Cézar poderá sair do subcomando ainda este mês

O martelo foi batido. O governo Tião Viana deverá exonerar o coronel Paulo Cézar ainda este mês do posto de subcomandante da Polícia Militar do Acre (PMAC). A informação partiu de uma fonte do Blog 4 de Maio que se encontra na ala governista. De acordo com ela, a falta de confiança foi o principal motivo da decisão. Não se sabe ainda porque não foi anunciado publicamente o fato, mas especula-se que seja por causa do movimento militar por reajuste salarial. Na saída de Paulo Cézar, quem deve assumir o cargo é o coronel Julio Cesar que atualmente responde pelo Comando de Policiamento Operacional II, em Cruzeiro do Sul.

As relações entre coronel Paulo Cézar e o governo nunca foram tão boas, mas também nunca foram péssimas. A prova da falta de confiança do governo no coronel se refletiu de maneira mais forte na escolha do atual comandante, quando Tião Viana demonstrou preferência pelo coronel José dos Reis Anastácio, que se encontrava na reserva e não por Paulo Cézar que já era, na ocasião, subcomandante da PMAC.

Telefone da intriga

A paralisação dos militares do Corpo de Bombeiros e da PM no último dia 13 estremeceu ainda mais a confiança. Por ocasião do movimento militar por reajuste salarial, o governador Tião Viana realizou uma reunião a portas fechadas com oficiais superiores e assessores políticos, em uma das salas do comando geral. Apesar de estar na Praça da Revolução, o deputado Major Rocha ouviu toda conversa através do telefone. Isso porque uma das pessoas presentes ligou para o deputado e ele pôde escutar todas as estratégias desenvolvidas naquele momento. Uma delas era a de prender qualquer militar que estivesse no portão impedindo a saída das viaturas. O deputado se adiantou, retirou os militares do local e deixou somente os familiares. O capitão Paulo chegou a filmar a ação a fim de munir a corregedoria de provas para incriminar os militares que seriam presos.

Bode expiatório

Depois que os oficias e o governador perceberam que os líderes do movimento sempre se adiantavam nas ações empreendidas por eles, levantaram as suspeitas sobre o atual presidente interino da Ame, major Antônio Jauri, e o retiraram da sala. Mesmo assim, o deputado Rocha continuava a ouvir as conversas através do telefone. Uma linha de investigação se firmou da seguinte maneira.

Para que o deputado Major Rocha ouvisse bem o que o governador dizia seria necessário que houvesse um telefone próximo a Tião Viana. Como existe a hierarquia militar, apenas os oficiais de maiores postos poderiam ter essa proximidade do governador, sentado à mesa. Se Jauri já havia se retirado da sala, as suspeitas recaíram sobre o coronel Paulo Cézar.

Em conversa na manhã de hoje, 11, com o deputado major Rocha sobre as escutas, ele sorriu e deu boa sorte ao coronel Paulo Cézar, mas não revelou quem seria seu informante no dia 13 e 14.

- Revelar quem nos ajudou seria perder um bom aliado para as próximas manifestações. Deixa que o governo procure descobrir por ele mesmo”, disse o deputado.

A exoneração do coronel fecha as portas para sua aposentadoria como secretário de estado, quando seu salário aumentaria quase o dobro. Sem espaço na Frente Popular e na oposição, o oficial deverá sofrer o ostracismo político até a aposentadoria.

O militar Julio Cesar

Quem deve está sorrindo com a história é Julio Cesar. Conhecido por ter mão de ferro, nada sabe sobre questões políticas. Seu lado militar sempre fala mais alto e deixará brechas jurídicas e políticas em suas ações. Estratégias de desmobilização como a empreendida no dia 11 e 12 não será a tônica do próximo subcomandante.