Com dezoito anos de serviço militar, o sargento Isaque Ximenes, concorre à presidência da Associação dos Militares do Acre (AME/AC) e expõe suas propostas de campanha.
1 - A chapa 01 traz como o lema RESGATE, o que isso exatamente quer dizer?
Isaque - A AME quando foi idealizada por alguns Policiais Militares e Bombeiros Militares tinha como objetivo criar um organismo de coesão eficiente com fins de defender e garantir os direitos de seus sócios, que pudesse construir uma consciência política voltada para os interesses da classe, com representantes nos mais diversos campos da política acriana. Podemos dizer que AME já nasceu grande, no entanto, por problemas administrativos, caiu em descrédito perante a classe, hoje estamos dispostos a RESGATAR aquela AME que tinha tudo pra ter dado certo. Queremos uma AME onde todos os sócios, sejam eles da Capital ou do Interior, se sintam bem representados. E isso só é possível com uma diretoria comprometida com a transparência, trabalho e honestidade.
2 - A antiga e destituída diretoria da AME centralizava o poder nas mãos de duas pessoas. Sempre foi uma reivindicação dos militares do interior participar das decisões que, quase sempre, eram tomadas na capital. Como dar espaço para que esses militares tenham uma participação mais ativa dentro da Associação?
Isaque - Temos a necessidade de fazer grandes mudanças no Estatuto da Associação, uma delas é retirar do presidente o poder que tem hoje, para que fique mais fácil retirá-lo do cargo quando esse estiver agindo de maneira indecorosa ou não esteja atendendo às expectativas dos sócios. O interior sempre foi trado em segundo plano, em nosso mandato não, eles vão ter voz dentro da Associação. Como será isso? Iremos constituir as representatividades locais e esses são convidados a participar de todas às decisões a serem tomadas pela AME, além ter legitimidade para exigir que sejam atendidas as reivindicações de seus representados.
3 – Um dos principais problemas relacionados a AME diz respeito ao falta de publicidade nas prestações de conta. O que o senhor pretende fazer se eleito?
Isaque - A transparência nos atos da AME será uma forma de nos resguardar contra qualquer dúvida sobre nossa idoneidade, por isso iremos fazer prestação de contas mensalmente e iremos disponibilizá-la no site da Associação e no mural da sede da AME.
4 – O dia 4 de Maio ficou na história dos militares. De lá pra cá, a AME entrou num atoleiro de escândalos e a representatividade política da entidade foi questionada. Como o senhor pretende resgatar a credibilidade da associação frente aos militares e perante a sociedade?
Isaque - Resgatar a credibilidade da AME só é possível com trabalho e clareza nas atitudes da diretoria, quando conseguirmos resgatar a credibilidade dos sócios, esses farão o trabalho de elevar nossa credibilidade perante a sociedade, pois quem se sente bem representado faz questão de externalizar o seu contentamento.
5 – Em sua proposta de campanha percebemos idéias interessantes quanto a bandeiras de lutas relativas à questão salarial. O senhor poderia nos falar, por exemplo, sobre o que vem a ser o anuênio?
Isaque - O adicional por tempo de serviço devido ao servidor na razão de 1% (um por cento) a cada ano completo de efetivo exercício na Administração Pública, podendo chegar até o limite de 30% (trinta por cento). Os mais antigos lembram que tínhamos esse pagamento e isso é uma forma justa de contemplar os quem tem mais tempo de caserna.
6 – O Regulamento Disciplinar da PM e do Corpo de Bombeiros não atendem princípios constitucionais básicos. De que maneira o senhor pretende mobilizar os militares para mudar esses regulamentos?
Isaque - Primeiramente iremos levar ao conhecimento de todos os militares estaduais que existe um instrumento, “PORTARIA INSTERMINISTERIAL SEDHA/MJ Nº 2, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2010”, que estabelece as Diretrizes Nacionais de defesa de Direitos Humanos dos Profissionais de Segurança Pública e, diga-se de passagem, os Regulamentos Disciplinares dos Militares Estaduais está muito aquém das exigências dessa portaria.
Com esse mecanismo nas mãos iremos cobrar que seja elabora novo Regulamento num prazo mais curto possível para que se cumpra as exigências da portaria.
7 – No dia a dia, os militares que trabalham na Rádio Patrulha reclamam do serviço quanto ao fato de escalarem apenas dois por viatura. O que a AME fará a respeito, caso a sua chapa seja eleita?
Isaque - Iremos cobrar e demonstrar ao comando através de doutrinas que nossa reivindicação é justa, pois o policiamento de radio patrulhamento nos moldes que temos hoje, com dois guerreiros, é muito vulnerável, coloca em risco a vida do policial militar. Nossa polícia é pobre e não dispõe de uma frota de viaturas que possa atender um pedido de apoio de forma imediata quando for solicitado por qualquer policial em apuros.
8 – Voltemos para o dinheiro. O que o senhor pensa sobre o pagamento de horas extras? Para fazer tal coisa teríamos repensar a carga horária semanal dos militares e fazer com que esse limite possa valer para toda e qualquer unidade. O senhor não acha que a questão é mais complexa do que parece, já que os militares da Penal, BOPE e os bombeiros possuem uma escala de serviço muito maior do que a das outras unidades.
Isaque - Bom seria se tivéssemos salários dignos para que não fosse necessário recorrer a esse mecanismo, mas enfim, não temos e muitos têm que sacrificar suas poucas horas de folga para tentar complementar sua renda familiar. Temos que elaborar urgente um projeto de lei que estabeleça a carga horária semanal equitativa e que seja consenso para todos os policiais e bombeiros militares, e criar mecanismos para que as horas excedentes trabalhadas possam ser remuneradas, ou seja, pagas como horas extras.
9 – Muitas pessoas olham a Associação como trampolim político. Alguém da Diretoria Executiva é candidato nas próximas eleições?
Isaque - Antes de nos lançarmos candidatos a diretoria da AME ficou acordado em nossas reuniões que nenhum membro da diretoria executiva seria candidato a cargo político e isso iremos cumprir, o que iremos fazer é fomentar a candidatura na capital e no interior de qualquer um que se habilitar a participar do plebiscito, adiantando que o processo será democrático e que não nos posicionaremos do lado de ninguém até que tenha passado pelo plebiscito, a partir de então abraçaremos a candidatura do escolhido pela maioria e iremos trabalhar para que seja eleito.
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