sábado, 4 de junho de 2011

Presos por lutarem por melhores salários

Centenas de bombeiros que invadiram quartel são presos no RJ

Quatrocentos e trinta e nove bombeiros do Rio de Janeiro foram presos neste sábado (4) na Corregedoria da Polícia Militar. Uma manifestação por melhores salários acabou em confronto com o batalhão de choque da PM.


Por volta das 19h da sexta-feira (3), milhares de bombeiros e guarda-vidas, da capital e do interior do estado, forçaram os portões do quartel.

Eles tomaram o pátio central e se iniciava uma tensa e cansativa negociação com o comando da Polícia Militar.

“Não só estamos pedindo nosso vale-transporte que não temos e um piso salarial líquido de R$ 2 mil”, fala o líder do movimento, Benvenuto Daciolo.

Ao longo das horas, o protesto ganhou contornos críticos. Manifestantes impediram a saída de caminhões. Retiraram - à força - os soldados do interior da cabine e fizeram uma barricada para impedir o acesso ao quartel. Pneus foram furados.

O governador do Rio, Sérgio Cabral, anunciou a prisão de todos os manifestantes. Eles invadiram uma instituição pública, violaram as regras militares e também são acusados de agredir um oficial, já que o comandante do Batalhão de Choque da PM ficou ferido durante a invasão.

O quartel foi isolado. Mais de 150 homens do Batalhão de Choque, além do BOPE, a tropa de elite da Polícia Militar, cercaram o QG dos bombeiros.

Ao longo da madrugada, muitos manifestantes permaneceram no quartel, passaram a noite sobre faixas, embaixo de marquises do prédio. Às 3h, O comandante da PM, coronel Mário Sérgio Duarte, discursou durante 20 minutos e tentou convencer os militares a voltar para a casa.

Mas os manifestantes ficaram. Doze horas depois do início da passeata e os manifestantes continuavam no pátio, mas foram ouvidas as primeiras explosões do lado de fora. Era o primeiro sinal de uma possível ocupação da polícia. Homens do BOPE entraram pelas laterais do prédio.

Em seguida, mais explosões. Nossa equipe buscou abrigo numa sala para se proteger do gás lacrimogêneo.

Policiais do Batalhão de Choque fizeram um cordão de isolamento no pátio, onde alguns manifestantes estavam sentados. Um dos oficiais começou a jogar spray de pimenta no rosto de um deles, que não oferecia resistência. Ao perceberem o que estava acontecendo, alguns reagiram e houve confronto.

A situação foi controlada. Por volta das 7h, líderes do protesto se reuniram com representantes da polícia. Logo depois, se entregaram e foram levados presos para o quartel do Batalhão de Choque. Para o governo, não houve excesso da polícia ao enfrentar os manifestantes.

“A rigor nós tivemos que usar aquilo que não gostaríamos de ter usado, que foi a força. Foi moderado tanto que não temos feridos”, fala o comandante da Polícia Militar, Mario Sérgio Duarte.

Fonte: Jornal  Hoje
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