quarta-feira, 27 de maio de 2009

Artigo postado no site: www.ac24horas.com

Cala soldado, cabeça de papel, se não ficar calado vai preso no quartel
Hoje vivemos uma verdadeira caça às bruxas dentro dos nossos quartéis. Tentam calar a boca daqueles que ousam externar as mazelas que afligem os nossos Policiais Militares. Com a edição de portarias esdrúxulas tentam esconder tudo o que está ocorrendo dentro da PM do Acre; tentam “jogar o lixo pra debaixo do tapete”; tentam “tapar o sol coma peneira”; tentam impedir que o povo tome conhecimento dos desmandos e do descontrole que vivemos. Tudo isso sob o frágil argumento da manutenção da hierarquia e da disciplina.
Por alguns momentos, não mais que isso, gostaria de externar o meu sentimento de indignação pela situação que nos encontramos hoje. Tenho certeza que esse sentimento é comum a todos aqueles que amam o nosso ofício, que dedicam suas vidas a uma profissão em que se dá muito: a saúde, a vida e o convívio familiar e em troca recebemos muito pouco do estado.
Vivemos um dos momentos mais críticos da nossa história, atravessamos uma grave crise moral sem precedentes, onde muitos não cumprem com as suas verdadeiras funções e ainda tentam encontrar justificativas para essa conduta. Tal comportamento omissivo não resiste ao mais singelo dos questionamentos:
por quê? Por que estamos assim? Por que estamos passando por essa situação? Por que não recebemos aquilo que a lei determina? Por que temos que comprar o nosso fardamento se o Estado é quem tem a obrigação legal de fornecer dois uniformes por ano? Por que somos designados para trabalhar em outras localidades e só recebemos parte das diárias que nos são devidas? Por que algumas vezes deixamos de receber essas diárias em razão da mudança do exercício financeiro se as diárias deveriam ser pagas antecipadamente? Por que temos que ser punidos para satisfazer o ego (caprichos) ou a vontade de autoridades? Por que temos que ser punidos disciplinarmente mesmo quando a lei diz que o caso não cabe punição? Por que sempre pagamos o “pato” de tudo o que ocorre, mesmo quando não estamos presentes? Por que mesmo tendo direitos assegurados em lei somos maltratados dentro dos nossos quartéis quando reivindicamos aquilo que nos é devido? Por que somos taxados de “baderneiros” quando buscamos nossos direitos? Por quê?... Por quê?... Por quê?...
Outra situação inevitável é a conjugação de questionamentos, ou seja: Quem é por nós e quem é contra? Quem está do nosso lado e quem está contra? Quem esta no dia a dia em buscando resolver os graves problemas que nos afligem e quem deixou que esses problemas ocorressem? Quem está buscando resolver o problema do nosso fardamento que já estava atrasado há três anos e quem deixou de pagar fardamento que nos é devido? Quem está buscando solucionar o problema das diárias e quem deixou que elas atrasassem? Quem está olhando pro próprio umbigo e quem está olhando por nós? Quem conseguiu que a matrícula do CFS ocorresse em dezembro e quem queria que o curso iniciasse no mês de março? Quem não planejou o próximo CFS que já deveria haver iniciado?
Esses simples questionamentos jogam por terra todas essas falácias que tentam nos empurrar goela abaixo. A inércia é para muitos uma forma de defender seus interesses pessoais e quem se opõe a atual conjuntura é tratado como inimigo e é perseguido. Não precisamos de muito esforço para saber quem é Policial Militar de verdade.
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Por José Maria – Policial Militar

5 comentários:

  1. Será que quem vende a PM pro governo é policial militar?

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  2. SERA que o Acre pode afirmar que tem segurança? SE este e o modelo do PT tratar a segurança publica .OS bandidos agradecem.

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  3. ESTE e o geito PT de governa perseguindo oprimindo coagindo humilhando.So se dar bem quem e puchasaco oportunista picareta e safado este tipo tem pedigri para ser o cara de pau.

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  4. Ficou claro sobre o alerta e e a preocupação dos policiais militares, tendo em vista este impasse por conta da manifestação dos milicianos, buscando melhorias de salários e condições de trabalho.
    O jargão "CALA SOLDADO, CABEÇA DE PAPEL, SE FICAR CALADO VAI PRESO NO QUARTEL", reflete uma indignação haja visto as incertezas e inquietação nos corações da família policial militar.
    Historicamente, as polícias estevem sempre atrelado a uma cultura perversa, de desvalorização, segundo análise do Cel Brenner Guimarães. O trabalho da polícia era visto como tarefas de baixo nível e impuras, onde o único atributo necessário era a força. A atividade policial era considerada um serviço de segunda classe, em condições precárias e com salários desprezíveis.
    Infelizmente, os policiais estão sempre a serviço das classes dominantes, autoridade e empresários.
    Ainda hoje, herdamos todos os tipos de preconceitos, hostilidades e desprezo - A meu ver estamos distantes de um reconhecimento da atividade policial - Há discriminação no seio da classe policial.
    Então, meu caro, entendo a sua angústia, a sua tristeza e incertezas. No entanto, gostaria de dizer, com todo o respeito, que é desgastante esse disse me disse. Acorda!
    A problemática vai além das nossas preocupações. Se enfraquecer a nossa instituição, nós estamos fadados ao fracasso. Essa questão, o porque não forneceu os uniformes, o porque pagam meia diária, o porque disso ou o porque daquilo. Meu amigo, o que nós queremos é algo maior - É algo sólido, papável.
    A manifestação do dia 4 de Maio, foi um fato social que está trazendo grandes análises e reflexões. No momento, é oportuno, ser inteligentes e prudentes - Deixa o grupo de trabalho exercer as atividades que se fizerem necessários.
    Chega de Picuinhas e mexericos de aldeias!
    O efetivo da Polícia Militar, talvez, tenham excelentes talentos através de currículos ricos - Basta constatar. Temos bacharéis em direito, médicos, dentistas, sociólogos, administradores, contabilistas, pedagogos etc, etc.
    É preciso sair do marasmo, do comodismo, somar os nossos esforços - Talvêz, estamos tal qual, "a técnica do avestruz".
    Nesse momento, vários desafios se estabelecem para o desenvolvimento profissional, nos valorizando cada vez mais, condição fundamental para a busca da excelência e construir-se numa ATIVIDADE ESSENCIAL e INDISPENSÁVEL
    Por fim, para reflexão, como dizia Fernando Pessôa: Tudo vale a pena, se a alma não é pequena".

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  5. mais uma vez: "Tô vendo tudo, tô vendo tudo, mas bico calado, faz de conta que sou mudo" Êta Zé!!!

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