quinta-feira, 7 de maio de 2009

Porque o governo humilha nossos soldados?

Porque estão torturando os nossos soldados?

A Polícia Militar é o exército estadual, uma tropa fiel e disciplinada, historicamente injustiçada e momentaneamente escolhida como alvo dos tiros e borrachadas dos que deveriam protegê-la.
Porque estão torturando os nossos soldados? A Polícia Militar é o exército estadual, uma tropa fiel e disciplinada, historicamente injustiçada e momentaneamente escolhida como alvo dos tiros e borrachadas dos que deveriam protegê-la. Porque democratas de esquerda agem assim?

Mas, vamos por partes!

Em 1987, se não me falha a memória, Rio Branco viveu uma manhã de guerra.Um fusca vermelho, com alguns gatos- pingados dentro, parou no meio da rua, ali, aquela, onde o Edmundo Pinto botou banca e batizou de Esquina da Alegria.

Carro devidamente atravessado bem no meio da tal “via pública”, os seus ocupantes pararam o tráfego dos ônibus, que naquele tempo desciam por ali até onde hoje é o Mercado Elias Mansour. Ninguém passava.

Com um megafone e panfletos nas mãos, quanta disposição de luta! Os manifestantes faziam pela enésima vez aquilo que se especializaram em fazer, o que hoje se chama de “baderna em via pública”.

Eles, daquela vez como em outras anteriores e posteriores, queriam mostrar às autoridades seu descontentamento com os preços das passagens de ônibus. Queriam chamar a atenção para algo que ninguém queria ver, senão os bravos usuários dos transportes coletivos e eles, os manifestantes, coincidentemente, todos filiados aos partidos de esquerda ou simpatizantes da “baderna”.

O trânsito virou um caos, ninguém ia nem pra frente nem pra trás.

Chamada para desobstruir a via pública, lá se vem a Manduquinha!

Eram poucos soldados, mas, virado siri numa lata, um louro de olhos azuis, com os ombros até o talo de estrelas, nem contou conversa e já veio descendo a borracha nuns e arredando o fusca velho para deixar fluir o trânsito engarrafado do Centro da velha Rio Branco. Voou caco de PMS e manifestantes pelos quatro cantos do Centro.

Poucos anos depois, a vice- prefeita da cidade, Iolanda Lima Fleming, botou ordem na casa: quebrou o monopólio das empresas de ônibus, redistribuiu as linhas... e nunca mais houve dia igual àquele.

Moral da história: os manifestantes do chamado “Dia D”, que terminou dramaticamente, com feridos tanto do lado da PM como do lado dos manifestantes, incluindo aí deputados e vereadores da chamada Esquerda, haviam conseguido chamar a atenção das autoridades.

Esta semana assistimos ao revés da história.

Os ex- manifestantes chamam a Justiça e o Ministério Público, usam a mídia e suas fitas gravadas para intimidarem os soldados do Acre. Uma vergonha!

E um paradoxo que poderia ser evitado puramente com o uso da humildade, tanto de um lado como de outro, é bem verdade.

O que ocorre, porém, é que os soldados estão sendo humilhados enquanto categoria e o conjunto dos trabalhadores empregados do Estado, enquanto classe social. Há outras greves anunciadas.

Eles chamam as autoridades estaduais à negociação e são esnobados, têm sua importância estratégica à governabilidade aviltada- pasmem!- pelos antigos manifestantes que se especializaram em fazer das greves e paralizações do trânsito da cidade uma arma nem favor dos seus direitos.

Os nossos soldados apanham cruel einjustamente, da borracha ostentada pelos políticos e antigos usuários dos transportes coletivos. Gente que se especializou e que ensinou à sociedade o sentido e a eficácia dos instrumentos de luta de classe, de um dos mais legítimos axiomas da liberdadee da força dos trabalhadores, que é o direito à greve.

Ao fazer da força bruta sua principal arma e tentar estigmatizar os nossos soldados , ao perseguir os líderes da paralização da PM, o governo erra feio. Veste- se de incoerência e antipatia perante a tropa e as famílias dos soldados e diante de grande parte da sociedade.

Ora, o governo não conseguirá desmoralizar a Polícia Militar que comanda sem se desmoralizar junto, essa é a verdade!

Os caminhos da história e do movimento social se encontraram, outra vez.

É passada a hora de ambos os lados entenderem que ou os dois estão certos ou estão todos errados. É hora de retomar o caminho do diálogo e da humildade. É hora, sobretudo, dos democratas da Esquerda se lembrarem de que, se não fosse o instrumento da paralização, com tudo o que ele implica, não haveria uma penca dos principais mandatos políticos que entopem o Palácio e o Parlamento do Acre. Não haveria o que o governador Binho Marques anda tanto reprisando, governo.

Aliás, o governador e seus assessores deveriam ter o pudor de não solicitarem aos jornalistas que sejam dedos- duros dos trabalhadores da Polícia Militar. O que se desconfia é de que o governador está mal assessorado.

Mas ainda é hora de evitar um mal ainda maior. Hora de recuar para avançar.O Acre não precisa de um novo “Dia D”.

Antonio Klemer – Artigo publicado no site www.ac24horas.com

5 comentários:

  1. Soltaram os cães de guerra pra tentar nos ameaçar. Tentam confundir a nossa manifestação pacifica e desarmada com uma verdadeira guerra. Falam de uma greve que só existe nas cabeças imundas desses perseguidores. Estão perdendo tempo pois já estamos acostumados a enfrentar todo tipo de adversidade e perigo´, estamos acostumedos a enfrentar bandidos...

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  2. Temos que mostrar que tudo isso não nos intimidará.

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  3. Senhores, PM's, Familiares e Amigos,
    Não nos deixemos intimidar !
    Temos uma história de lutas e uma grande parcela de contribuição para o Estado do Acre ter se transformado e ser este belo Estado.
    Nem o Senhor Governador, nem tampouco os seus assessores, nem os promotores (não do Ministério Público, mas do GOVERNO, do BINHO) irão mudar a verdade. Nossa manifestação foi ordeira e pacifica, e a sociedade está do nosso lado.
    As baratas estão tontas, não sabem o que fazer.

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  4. Tô vendo tudo, tô vendo tudo
    Mas, bico calado, faz de conta que sou mudo

    Um país que crianças elimina
    Que não ouve o clamor dos esquecidos
    Onde nunca os humildes são ouvidos
    E uma elite sem deus é quem domina
    Que permite um estupro em cada esquina
    E a certeza da dúvida infeliz
    Onde quem tem razão baixa a cerviz
    E massacram - se o negro e a mulher
    Pode ser o país de quem quiser
    Mas não é, com certeza, o meu país

    Um país onde as leis são descartáveis
    Por ausência de códigos corretos
    Com quarenta milhões de analfabetos
    E maior multidão de miseráveis
    Um país onde os homens confiáveis
    Não têm voz, não têm vez, nem diretriz
    Mas corruptos têm voz e vez e bis
    E o respaldo de estímulo incomum
    Pode ser o país de qualquer um
    Mas não é com certeza o meu país

    Um país que perdeu a identidade
    Sepultou o idioma português
    Aprendeu a falar pornofonês
    Aderindo à global vulgaridade
    Um país que não tem capacidade
    De saber o que pensa e o que diz
    Que não pode esconder a cicatriz
    De um povo de bem que vive mal
    Pode ser o país do carnaval
    Mas não é com certeza o meu país

    Um país que seus índios discrimina
    E as ciências e as artes não respeita
    Um país que ainda morre de maleita
    Por atraso geral da medicina
    Um país onde escola não ensina
    E hospital não dispõe de raio - x
    Onde a gente dos morros é feliz
    Se tem água de chuva e luz do sol
    Pode ser o país do futebol
    Mas não é com certeza o meu país

    Tô vendo tudo, tô vendo tudo
    Mas, bico calado, faz de conta que sou mudo

    Um país que é doente e não se cura
    Quer ficar sempre no terceiro mundo
    Que do poço fatal chegou ao fundo
    Sem saber emergir da noite escura
    Um país que engoliu a compostura
    Atendendo a políticos sutis
    Que dividem o brasil em mil brasis
    Pra melhor assaltar de ponta a ponta
    Pode ser o país do faz-de-conta
    Mas não é com certeza o meu país

    Tô vendo tudo, tô vendo tudo
    Mas, bico calado, faz de conta que sou mudo

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  5. As constantes ameaças de nosso governador, não são nada mais do que uma atitude de desepero diante de uma categoria que não se intimida com ameaças de perda de contratos. Não seremos escravos de qualquer governo, senão ao de Cristo Jesus!

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