domingo, 10 de maio de 2009

Artigo publicado no blog do Dep. Luiz Calixto: A INDIGNAÇÃO SILENCIOSA

O governador Binho Marques cometeu duas falhas imperdoáveis e que lhe custarão muito: a primeira foi chamar os militares de barderneiros e a outra foi acionar o Ministério Público para amedrontá-los.
Abaixo o desabafo de um PM, cujo nome manterei em sigilo.


Sr. Deputado, escrevo-lhe por achar que V.Sª é o único com disposição democrática para publicar meu humilde e indignado comentário.
Peço-lhe apenas para que guarde o anonimato de minha pessoa, pois, sinceramente, tenho medo.
Medo do governador do meu estado, medo da ira desmedida e descabida do ministério público, dos meios de comunicação a serviço do executivo.
Sou um policial militar e neste momento, um policial militar indignado com a forma que somos tratados por pessoas e instituições deste estado.
Veja Sr. Deputado, o nosso juramento de servir com o sacrifício da própria vida, é verdadeiramente incorporado pela imensa maioria de nós.
Não temos dia nem hora para deixarmos nossas famílias e irmos para a rua defender as famílias acreanas.
Nos momentos mais comemorativos, como natal, ano novo, carnaval, expoacre, feriados e dias santos, estamos nóis lá, no sol escaldante, na chuva, no frio da madrugada.
Também estamos lá, contendo as rebeliões, trocando tiros nos assaltos, combatendo o tráfico.
Ok, eu escolhi esta profissão, mas o mínimo que esperamos é sermos respeitados e considerados como qualquer outro servidor, como pessoa humana e que não deixa de pertencer à sociedade a partir do momento que ingressamos na Polícia Militar.
Estamos perplexos e assustados como, a partir de uma manifestação pública pacífica, nos tornamos "assustadoramente ameaçadores" para este estado.
Façamos uma pergunta: quantas vezes a população do Acre viu a polícia militar fazendo paralisações, protestos, etc.
Fizemos neste momento por que não agüentamos mais as condições que estão aí.
Não nos condenem ou persigam.
Não queiram saber da angústia no peito de uma categoria que, mais pela sua cultura de disciplina do que pelo regulamento interno, se ver impedida de lutar pelos seus direitos constitucionais.


Artigo publicado no blog: www.aleac.ac.gov.br/aleac/luizcalixto

Um comentário:

  1. Querido policial,infelizmente quando ingressamos nas fileiras da corporação já nos sentimos discriminados.É um fenomeno social que merece estudos sociológicos profundos; percebemos que instala-se num estado de coisas como uma síndrome, mais preciso a síndrome do ódio, acarretando o desprestígio, aversão e desrespeito às polícias militares. Somos vítimas do mundo social.É amgustiante e inquietante - Não desanime, vamos a luta.
    As polícias militares,instituições fracas, filhas bastardas,desprestigiadas; a mercê da própria sorte, dão pouca importância o papel social da atividade da segurança pública - O guardião da sociedade. Amigos policiais, apesar de todos os obstáculos,de cabeça erguida e com serenidade vamos a luta, pois os nossos militares pleiteiam o mínimo: melhores salários, condições de trabalho. Essa questão do risco de vida, promoções, diárias etcs, as leis estão em vigor. Basta cumprir!

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