Coronel Julio Cesar muda postura

Recebemos esta carta de um policial militar, praça de Cruzeiro do Sul, dando conta da formatura realizada naquela cidade na manhã de ontem, dia 30.

Justiça seja feita

Não é que o autor do texto postado neste blog, no dia 29, tenha sido injusto, pelo contrário, trouxe resultados positivos. Mas, “dai a César o que é de César”. Partindo da premissa que “nem todo comandante é um líder, mas que em todo líder é intrínseco a característica de comandante”, foi que o autor deste texto observou nesta manhã do dia 30/03/11, por ocasião da realização de mais uma formatura geral no 6º BPM de Cruzeiro do Sul, sob convocação do Comandante do CPO II, Cel. PM Júlio César, que este não traz consigo apenas a qualidade de Comandante, mas acima de tudo, de líder. Não é bajulação, mas “justiça seja feita” ao Coronel que hoje mostrou ser, de fato, competente.

Senão vejamos: o Coronel iniciou seu discurso informando acerca dos assuntos discutidos na reunião do último dia 25 no QCG. Em seguida, fez um breve comentário sobre a matéria a seu respeito, postada neste blog no dia 29, demonstrando ter absorvido as críticas, bem como ter flexibilidade para refletir sobre as mesmas. Ressaltou também sobre a inverdade generalizada, entre as praças, de que os oficiais só pensam em si mesmos, pois, segundo o Cel. Júlio César, vários oficiais pleitearam em prol de diversas causas como: -aumento do efetivo dos bombeiros; -reformulação dos critérios (critérios mais claros) que definem o “merecimento” para promoção de oficiais; -maior aproximação do governo com a tropa; -realização de cursos de formação sempre no tempo previsto em lei; -realização de curso de formação de oficiais e soldados para PM, dentre outras. Enfatizou ainda, a necessidade da tropa confiar mais em seus comandantes, assim como, estabelecer melhor comunicação com os mesmos em um relacionamento recíproco. Pedido este que ensejou num diálogo aberto e franco entre o comandante supracitado e os demais militares, onde foram ouvidos oficiais e praças de todas as graduações. Salientou também que almeja o reajuste salarial, e que está pronto para colaborar nas negociações salariais.

Após ouvir atentamente os militares, o Cel. Júlio César disse que está confiante de que o governo atenderá as reivindicações da categoria dentro do possível. E finalizou dizendo que em momento algum, qualquer militar, sob seu comando, será perseguido, e que se houver manifestos semelhantes às greves, renunciará o Cmdo do CPO II, pois tal fato indicaria deficiência em sua liderança, ou desprestígio perante seus comandados.

O autor deste texto entende que o Cel. Júlio César, na verdade, não está a compactuar com a realização de uma possível greve, mas sim, desejoso de que este evento não ocorra, e que haja uma real aproximação dos militares com o governo, culminando em um acordo salarial coerente.

Entendemos também que o posicionamento do Coronel não incide em nenhum dos extremos (governo X policiais militares), nem entre os extremos, ou seja, em cima do muro, mas numa postura madura, de líder, buscando equilíbrio neste momento um tanto tenso, e predisposto a intermediar nessa negociação, com flexibilidade inclusive para ouvir críticas acerca do seu comando.

Queremos finalizar parabenizando o deputado Maj. Rocha pela sua militância em nosso favor, bem como os membros da equipe de negociação que tem se dedicado analisando e construindo uma proposta salarial digna, trabalho este que deveria ter se originado através da nossa Associação, mas que infelizmente, na prática, não nos representa mais. E que tenhamos ou não o Maj. Rocha participando da finalização desta negociação, uma coisa é certa, foi ele que deu o pontapé inicial e conduziu de forma democrática, sempre convidando representantes do governo para negociar, de forma que é incontestável a sua excelente e precisa participação até aqui. Parabéns aos nobres colegas da capital que têm abraçado esta causa com os nossos reais representantes (Maj. Rocha, membros da equipe de negociação,Sgt BM Jusciner e demais representantes de clubes militares), embora o governo não queira reconhecer nossos representantes. Faço ainda notório a minha esperança em alguns oficiais, principalmente no Cmt Geral, e pedimos o engajamento destes, conosco, nesta causa, pois afinal, não temos aprendido em nossos cursos de formação que a caserna é nossa segunda casa, e por sua vez nossa segunda família?! Como pois, tratam tão mal àqueles que estão sob seus cuidados, sob suas lideranças? É este o tratamento e atenção oferecido aos vossos filhos biológicos no recôndito do vosso primeiro lar?!

Um abraço a todos.