segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Lição de solidariedade


Policial doa rim a colega de trabalho


PM homenageia hoje soldado que vai ajudar a salvar amigo doente

Valéria França -O Estado de S.Paulo

Hoje, ao meio-dia, 1,3 mil alunos da Escola Superior de Soldados, em Pirituba, na zona oeste da capital, vão homenagear o soldado José Ricardo de Paula, de 43 anos. O motivo: o PM vai doar um de seus rins a um amigo da corporação. "É a primeira vez que vemos um ato de solidariedade como esse", diz o tenente Fernando Signorelli, de 32 anos. "Isso mostra que a corporação é como uma família para o soldado."
Em novembro do ano passado, o soldado Celso José de Oliveira, de 44 anos, teve uma crise renal. Chegou a ser internado e encaminhado para hemodiálise. Casado, pai de quatro filhos - a mais velha, Jade, tem 19 anos, e a caçula, Marjary, 9 -, ele trabalha como auxiliar na biblioteca da escola de soldados.
Oliveira estava em tratamento desde 2005, ano em que descobriu que tinha rins menores do que o padrão da população. "Cada um mede cerca de 5 centímetros, menos da metade de um saudável", explica o soldado, que, graças aos medicamentos, manteve o quadro estabilizado. Mas, em novembro, depois da crise, os médicos disseram que a solução seria o transplante. "Cheguei a pegar uma senha (no Programa Estadual de Transplantes). Estava resignado a esperar a minha vez."
Ele não perguntou ao médico nem quanto tempo poderia levar a espera. "Falei para a minha mãe que nunca pediria que alguém doasse em vida. Se isso tivesse de acontecer, a pessoa iria se oferecer." Mas ele acreditava que o órgão viria mesmo de um cadáver.
José Ricardo trabalha no Departamento de Telemática da escola. Assim como Oliveira, mora em Pirituba, também é casado e tem filhos. Os dois se conheceram há três anos, quando trabalharam na mesma seção.
Inesperadamente, há três meses, José Ricardo ofereceu um de seus rins ao colega. "Estou emocionada", diz a mulher de Oliveira, Cristina, de 34 anos. "Eu não esperava. Quando ele falou, não acreditei. Perguntei se ele tinha mesmo certeza disso. Ele disse que sim", conta Oliveira, que é espírita e acredita que a explicação para tanta solidariedade esteja em vidas passadas.
Os dois já fizeram o teste de compatibilidade, que deu positivo. Alguns exames complementares ainda precisam ser realizados para que, então, o transplante seja marcado.

Veja o Vídeo

 

Fonte: Policial BR

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