À espera da justiça

Assembléia geral cria comissão para buscar novas eleições na Ameac

A convocação realizada pelo Conselho Deliberativo da Ameac ressoou nas unidades e chegou aos militares do interior com grande força. A assembléia geral que aconteceu na manhã desta sexta-feira, dia 05, teve como ponto principal a apreciação do relatório do Conselho Fiscal da Ameac que confirmava os desvios de combustível e outras irregularidades do atual presidente da entidade, Natalício Braga.

O evento também acabou por aprovar a constituição de uma comissão para buscar novas eleições para a presidência da entidade representativa na justiça. No ato, foram eleitos para compor a comissão o sargento da reserva Antonio Rodrigues de Carvalho, o soldado do Corpo de Bombeiros Abraão Carlos Mota e a sargento da PM Maria das Candeias, além de três suplentes.

Já está mais do que provado que obter 50% mais um nas assembléias é pouco provável, na prática teríamos que trazer boa parte dos militares do interior para estarem juntos na assembléia em Rio Branco. Diante das escalas de serviços e das reuniões de última hora o anseio de reunir o número esperado pelo estatuto fica bem distante. Sendo assim, não resta outra saída que não entrar na justiça para novas eleições.

Ficar à espera da resposta da justiça é uma saída, mas representa também um perigo. O tempo que esse tipo de ação pode levar até um resultado positivo para os militares pode demorar muito e até mesmo sair em 2012 como espera a atual presidência. O certo mesmo seria Natalício Braga abrir novas eleições e deixar que os militares decidissem o futuro da Ame. Mas enquanto esse lampejo de sensatez não lhe bate no juízo, o jeito é procurar todos os meios de fazer valer a vontade da grande maioria dos associados.

Outra proposta que ronda os quartéis seria a desfiliação em massa e a criação de outra entidade com um estatuto que não “blindasse” o presidente da vontade soberana de uma assembléia e que incluísse também os PM’s e BM’s do interior e não somente da capital como se percebe desde o início da associação. Na teoria o interior participa das tomadas de decisão, na prática eles apenas acatam as decisões tomadas. Esse talvez seja um bom ponto a ser modificado no estatuto.

Isso não pode ficar impune

“O presidente da Ameac é uma decepção, tenho uma preocupação de que tudo isso seja jogado para de baixo do tapete”, afirmou capitão Mário durante a assembléia.

A preocupação do capitão é pertinente. Diante das acusações do relatório em que afirma que algumas requisições não apareceram para a prestação de conta dos meses de julho, agosto e setembro de 2009, o perigo é que isso aconteça mais uma vez nos últimos meses. Entretanto, ainda assim é possível constatar a despesa.

Um futuro incerto

No rosto dos associados, irritação por um processo que já dura meses. Os últimos dias estão custando a credibilidade da associação. Com a impaciência dos associados descontentes com a situação que se desenrola, a ameac caminha rumo a um futuro incerto, pois, com o estatuto que aí está, os associados já não decidem nada. É torcer para que essa nova comissão possa nos trazer boas notícias. Boa sorte a eles.

Foto: Agazeta.net