As eleições, sejam para governo municipal
ou estadual, sempre fazem emergir dentro da caserna a política e a politicagem.
Acredito que nas mais diversas repartições do Acre não seja diferente. Dentro
desse tema, meus caros companheiros de farda, quero deixar algumas observações
e questionamentos. Antes de continuar, esclareço que essas linhas são fruto de
conversas com vários policiais militares.
Afirmei que as eleições fazem
surgir mais nitidamente a política e a politicagem. Como uma pessoa que busca o
interesse da categoria em si e para si, usando os termos marxistas, desejava
ouvir dos candidatos o que eles iriam fazer pela categoria se utilizando da autoridade
de vereador. Não ouvi nada a respeito da parte de ninguém. Mas, o que me causou
mais estranheza veio por parte dos candidatos da Frente Popular.
Sabendo que a tropa tem motivos
de sobra para não gostar do PT, o que levou a alguns militares a se inserirem
como candidatos por partidos que compõem a Frente Popular, regida com
mão-de-ferro pelo PT? Interesse em ajudar a categoria? Aproximar-se do
executivo para facilitar o diálogo?
Não foi o senhor Jorge Viana (PT)
quem retirou o risco de vida dos inativos e pensionistas dos militares e depois,
a duras penas, a gratificação foi re-inserida? Não foi o seu irmão, Tião Viana
(PT), atual governador, quem mandou prender quase mil policiais militares por
causa da paralisação nos dias 13 e 14 de maio de 2011? Não foi o atual
governador quem pediu ao comando da PM que indiciasse 14 policiais pela
manifestação a fim de que esses dias de paralisação não ficassem na história, como
foi o dia 4 de maio? Por que não foram 13 policiais indiciados? Porque 13 é o
nefasto número do partido, pegaria mal. E diante de tantas perguntas, sabe qual foi o dia escolhido para que os militares fossem ouvidos? 13 de setembro,
o mesmo dia que o senhor Tião Viana anunciou a isonomia do risco de vida, com o
objetivo de que o anuncio apagasse o que se passava no Fórum Barão de Rio
Branco com os verdadeiros heróis da Isonomia. Por que, então, existem militares que ainda se filiam e saem candidatos por partidos da Frente Popular? Nada podemos afirmar como certo, mas é uma pergunta interessante a se fazer para eles.
Dias atrás, encontrei-me com a
sargento Rosa Maria, candidata pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB), na Praça
do Colégio Acreano, no centro da cidade. Ela fazia campanha, me reconheceu e veio
pedir o meu voto. A conversa transcorria bem, até que falei que votaria no
subtenente Veríssimo, pois já havia dado minha palavra. Ao ouvir isso, ela
mudou de fisionomia e passou a atacar não somente o candidato, mas também ao
deputado Rocha. “O que foi que ele fez pela PM?”, indagava ela esbravejando. “Ele
é um traidor, ele é da oposição por isso a gente não ganha nada”, continuou.
Participei da manifestação nos
dia 13 e 14 de maio de 2011 e não me lembro de ter visto a senhora Rosa Maria,
e pelo que sei, o sargento De França (PPL) estava em casa ou aquartelado.
Aliás, não lembro de nenhum candidato da Frente Popular no dia da manifestação,
dia em que precisamos de lideranças, aliás, é injusto da minha parte, não os
reconheço como lideranças. Deixemos por aqui.
Permita-me voltar ao diálogo com
a Rosa Maria. O que os deputados da situação fizeram por sua categoria? O que o
Eduardo Farias, do partido de Rosa Maria, fez pelos médicos? O que o Tião Viana
fez pelos médicos? O que o Walter Prado fez pela sua categoria, a Polícia
Civil? Converse com os agentes ou com os médicos do sindicato que eles dirão:
nada. Eles não poderiam facilitar a conversa? Por que isso não aconteceu? Por
que sua categoria saiu perdendo? Essa conversa de que uma pessoa da situação
favoreceria em processo de negociação é falsa, não cola, temos exemplos
práticos disso. O deputado Major Rocha, a quem tenho minhas críticas, está
fazendo um belo trabalho como parlamentar, está denunciando, está apresentando
projetos, e não tem se rebaixado ao nível de Rosa Maria, que tem desferido
ataques constantes e injustos. Quero que o deputado passe mais nos quartéis,
apresente mais projetos, embora não sejam aprovados, eu me sentirei bem representado, como me sinto agora, e o voto da minha família vai ter.
Bem, entre palavras e palavras, bastou conversar com Rosa Maria por alguns minutos para distinguir claramente a Política da politicagem. Quem não tem nada a falar
de si, fala dos outros.
Preserve minha identidade caro administrador, esse
povo é perseguidor.
Complementação do Blog 4 de Maio
Essa foto foi tirada no dia 21 de janeiro de 2012, hoje é 21 de setembro, oito meses foram suficientes para Rosa Maria esquecer a ajuda que o Deputado Major Rocha deu quando ela estava presa na Companhia de Guarda Penitenciária. Será que ela não iria esquecer de você também? Pense nisso.