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Insegurança pública

Onda de assaltos apavora moradores do Bosque

Nos últimos dias, vários estabelecimentos comerciais foram assaltados. Devido à falta de policiamento, ladrões estão agindo em plena luz do dia, com tranquilidade

Moradores da Rua Valério Magalhães, próxima à Eletroacre, no bairro do Bosque (considerado de "classe média "da cidade) estão apavorados com o aumento no número de assaltos na região. Eles afirmam que os assaltantes estão agindo durante o dia e sem nenhum disfarce. Várias residências e estabelecimentos comerciais já foram arrombados e o clima de insegurança tomou conta das famílias.
Na semana passada, um salão de beleza e uma loja de materiais de escritório foram assaltados mais uma vez. Os bandidos renderam proprietários e clientes, levando celulares, dinheiro, relógio, pulseiras e até um piercing.
A ação mais ousada dos assaltantes foi no salão de beleza, onde, às 14h da última terça-feira, várias clientes ficaram cerca de 10 minutos sob a mira de uma pistola. Segundo depoimento de uma das vítimas, o bandido entrou no estabelecimento com a arma na mão, exigindo dinheiro e os objetos pessoais. O outro ficou na calçada, em uma moto, esperando o comparsa.
"Ele estava de capacete e com uma pistola na mão. Apontando na direção das pessoas, ele pedia dinheiro, pulseiras, relógios, brincos e até o piercing de uma das atendentes. Foram momentos de terror e muito medo", desabafou.
Essa foi a segunda vez que o salão foi assaltado somente este ano. A proprietária do estabelecimento, que tem medo de se identificar, lamenta os prejuízos e pede ajuda das autoridades, pois além de perder dinheiro e alguns objetos materiais, ela também está perdendo clientes.

Falta de policiamento

O que mais tem revoltado os moradores é a demora da Polícia para chegar até o local do assalto e a constante falta de policiamento no bairro. Moradores e comerciantes afirmam que, na maioria das vezes, a viatura chega quando já está tudo normalizado.
Eles relatam que os assaltantes utilizam motocicletas e bicicletas para assaltar as casas e comércios. Muitos assaltos foram praticados por bandidos que saíram caminhando normalmente pela rua.
Para os moradores, isso é um dos fatores que mais tem colaborado para o crescimento da violência. "Como sabem que a polícia demora muito, os assaltantes podem agir com tranquilidade", lembrou o morador José Brilhante, que há mais de 30 anos mora no local.
O medo é tão grande que eles não querem nem mesmo dar entrevistas, para evitar que sejam reconhecidos pelos assaltantes. Eles afirmam que podem traduzir o que é o medo, a insegurança e a violência.
"Aqui não temos segurança nenhuma, não temos policiamento, e quando ligamos para a polícia é uma demora muito grande. Moro aqui há mais de 30 anos e posso afirmar que nos últimos meses aumentou demais a violência. Pior que não sabemos a quem recorrer", lamentou Brilhante.
Os moradores estão se reunindo para cobrar uma providência por parte do comando da Polícia Militar. Eles pretendem realizar uma manifestação para chamar atenção das autoridades competentes.

Comandante da PM diz que demora é "normal"

O comandante da Polícia Militar (PM), coronel Romário Célio, explica que a demora para atender as ocorrências acontece pelo grande número de chamadas que são registradas diariamente. Ele diz que a cidade está dividida em regionais, com quatro ou cinco viaturas para atender os bairros.
"Na maioria das vezes, quando uma viatura demora a atender uma ocorrência é porque está em outro caso. Temos quatro ou cinco viaturas, mas as motocicletas nas regionais. Mas, às vezes, temos muitas ocorrências para atender e, por isso, é normal demoramos para nos deslocar para outro local", informa.
Sobre a falta de policiamento na região, Romário Célio disse seria necessário fazer um levantamento para saber se existe algum tipo de falha. Mas ele garantiu que a polícia vem trabalhando para combater a criminalidade.

Rutemberg Crispim - Agência Agazeta.net