quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Falta de legistas prejudica excelência no IML

O fato é antigo. A nova pintura no prédio do Instituto Médico Legal do Acre esconde uma deficiência vergonhosa ao poder público: a falta de médicos legistas. Morrer nas madrugadas de domingo, terça e quinta-feira e precisar de uma autopsia, significa entrar na fila depois de morto. A afirmação é do próprio gestor do órgão, Rui Charles de Oliveira. Ele convive com o pesadelo há 24 anos.
Chaves recebeu a equipe do ac24horas na manhã desta terça-feira e foi taxativo ao afirmar: “o problema é de Estado”. Mesmo com o concurso público realizado nas gestões do ex-governador Jorge Viana e na atual administração de Binho Marques, falta no colorido prédio, “um atrativo para que o profissional possa trabalhar mais satisfeito”, revelou o gerente.
Um médico legista ganha para trabalhar uma carga horária no IML, cerca de R$ 5.900,00, mas segundo Chaves, desenvolve outras funções paralelas ao cargo pela falta de gratificações para os serviços de plantões.
- A doutora Juceli pediu demissão porque passou no concurso do INSS e preferiu o salário mais atrativo. A deficiência continua, existe há 24 anos que estou aqui – desabafou.
O caso mais grave é que os cinco médicos legistas existentes no quadro do IML, apenas 2 são do quadro da Policia Civil. Os 3 profissionais cedidos pela Secretaria de Saúde, segundo Chaves, não tiveram o treinamento e a capacitação exigida para o setor.
- Isso não significa dizer que os laudos estão saindo errado, mas que falta excelência no nosso trabalho. Esses médicos cedidos pelo Estado colaboram demais, mas falta a qualidade, um dos requisitos prioritários numa administração pública – comentou Chaves.
Nas segunda, quarta e sexta-feira pela manhã, em um final de semana conturbado como foi o último [em que nove pessoas deram entrada no Instituto], o gerente acaba dando o jeitinho brasileiro para acabar com a fila de corpos esperando por um laudo.
- Eu mando um carro buscar o médico que está muitas vezes no consultório ou em um Posto de Saúde, mas temos que resolver de forma paliativa. A pessoa quando vem aqui está no fundo do poço. Isso atinge a gente, eu findo me desgastando, por que como gerente eu não tenho poderes para resolver – declarou.
A situação insustentável de acordo com Chaves é de conhecimento do Ministério Público Estadual, mas até hoje não foi resolvida.
Jairo Carioca – da redação de ac24horas

Um comentário:

  1. Uma opinião minha seria do aumento salarial liquido de R$: 8.000,00 já com os descontos de IR.
    Um abraço

    ResponderExcluir

Evite palavrões. Dê seu apoio, faça a sua crítica, mas com respeito a todos.