segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Proposta indecente na Força Nacional

Capitão é acusado de assédio sexual




Uma investigação de assédio sexual envolvendo integrante da cúpula da Força Nacional de Segurança e sua mulher foi concluída no último dia 19 com o afastamento dos acusados, das supostas vítimas e do oficial que comandou a sindicância.

O diretor substituto da Força Nacional de Segurança, major Luciano Carvalho de Souza, da PM do Rio, foi exonerado após concluir sindicância que acusou de assédio sexual o capitão Isandré Antunes, da Brigada Militar do RS, assessor de Recursos Humanos da Secretaria Nacional de Segurança (Senasp), do Ministério da Justiça.
Antunes trabalhava no gabinete do secretário nacional de Segurança, Ricardo Balestreri.
O capitão e a mulher, soldado Luciana Butke, foram acusados de assédio sexual pela soldado Rosilaine Souza, da PM do Tocantins, e pelo namorado, o tenente Carlos Palaoro, da PM do Espírito Santo. O assédio, segundo a sindicância, ocorreu entre março e maio, época em que Rosilaine sugeriu a transferência de Palaoro para Brasília, onde ela trabalhava, para integrar a Força Nacional.
Como contrapartida, Luciana Butke sugeriu encontro sexual a três -ela e o marido com a policial. Segundo comunicação de Rosilaine à Força, a colega passou a pressioná-la, condicionando a transferência do namorado ao sexo a três.
Rosilaine e Palaoro foram afastados da Força Nacional no dia 19. De acordo com a assessoria da Senasp, o capitão Antunes e Luciana também.
Em e-mail de Luciana a Rosilaine e ao marido em 7 de maio, ela detalha intimidades do casal na noite anterior e diz que ele estava excitado imaginando ter relações com a soldado.
Segundo a mensagem, "ele [capitão Antunes] falou que vai correndo buscar teu namorado e que traz ele nas costas e entrega ele no teu colo de presente, depois saímos para jantar na maior educação e respeito, como se nada tivesse acontecido (aliás ele falou que nem te conhece, só quer teu corpo emprestado hehehe)".
Segundo Rosilaine afirmou na sindicância, iniciada em 30 de julho, a colega a incitava constantemente a fazer sexo com seu marido e dizia que outros oficiais poderiam "dificultar a mobilização" de seu namorado. "Continuei negando, mas minha vida se tornou um inferno", diz a soldado.
Depois, Rosilaine afirmou ainda ter sido ameaçada de ser mandada embora da Força Nacional. "Fiquei desesperada, angustiada, injustiçada e chegava em casa e só chorava por não achar justo o que estavam fazendo comigo", disse Rosilaine na sindicância interna.
A chefe da ouvidoria da Força, tenente Simone, relata no procedimento ter sido "verificado" que a soldado "estaria sendo vítima de assédio sexual e constrangimentos por parte do capitão Isandré Antunes, chefe da Seção de RH, e que estava sendo intermediado pela esposa do mesmo, soldado Luciana Butke".
Em comunicação à Força Nacional que deu início à investigação, Palaoro diz que a namorada "sofreu assédio sexual e constrangimentos por parte da soldado PM RS Luciana, que intermediou as vontades e desejos do seu esposo, capitão PM RS Antunes".
O tenente escreve ter orientado a namorada a procurar a corregedoria, mas diz que ela afirmava que a corda "quebraria para o lado mais fraco".
Antunes é assessor e próximo do subsecretário nacional de Segurança, capitão Aragon. A sindicância instaurada pelo major pediu o afastamento de Antunes, ato concluído na quinta da semana passada. O major autor da sindicância, coordenador-geral de Treinamento e Capacitação da FNS, foi exonerado dois dias antes.

fonte: Federação Nacional dos Policiais Federais

5 comentários:

  1. É por isso que o militarismo TEM QUE ACABAR! Os que ocupam postos ou graduações maiores intimidam, ameaçam, coagem, assediam inclusive sexualmente os subordinados!
    Em suas cabeças de vento imaginam que são intocáveis! Não são!
    É uma vergonha esse militarismo policial...

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  2. A polícia militarizada só causa vergonha e vexame ao país e aos policiais menos graduados...

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  3. A questão não é só o militarismo. É o regulamento. Na proposta de desmilitarização, saía só o termo militar e continuaria o regulamento e a hierarquia, sem direito a greve.

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  4. Fim do maldito militarismo JÁ!
    Vejam a que ponto chega a sanha desses oficiais!
    O cara estava lotado em Brasília no Gabinete do Secretário Nacional e mesmo assim não se intimidou em assediar sexualmente uma subordinada!!!
    Tem que acabar URGENTE com esse militarismo nas polícias estaduais!!!
    Chega de humilhação, opressão e vergonha!!!
    Rspondam ao questionário profissiográfico da SENASP e DETONEM esses INCOMPETENTES estrelados e gemados!!!

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  5. o assedio sexual existe a milhares de anos em todos os setores da sociedade. Porque atribuir a falta de caracter do CAP ao militarismo, Ele faria a mesma coisa, ou pior ainda, se fosse CHEFE, GERENTE, FISCAL, numa empresa privada ou em outro setor publico.

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