O comando do 4º BIS abriu sindicância para investigar o caso, mas não comprovou a veracidade das informações.
O soldado Adailson de Freitas, 19 anos, excluído do 4º Batalhão de Infantaria e Selva (4º BIS) no ano passado por motivo de doença se acorrentou, ontem (28), a escadaria do prédio da Justiça Federal. Abalado psicologicamente e caracterizado como se fosse para uma guerra, ele protestava pela demora no processo que requer a sua reintegração.`
Adailson ingressou nas fileiras do Exército Brasileiro em 2 de março de 2009 e teve a sua incorporação anulada 4 meses depois em virtude de apresentar uma doença conhecida como otite média atiço-antral supurativa crônica. De acordo com o Exército, a doença pré-existia antes do seu ingresso no 4º BIS.
Inconformado com a medida, o soldado procurou o Ministério Público Federal (MPF), onde relatou que teria sofrido maus-tratos e teria ainda sido vítima de abuso de autoridade por oficiais. O comando do 4º BIS abriu sindicância para investigar o caso, mas não comprovou a veracidade das informações.
Em nota encaminhada à imprensa, a época dos fatos, o comando do 4º BIS esclareceu que ofereceu todo o apoio necessário a recuperação da saúde do soldado, inclusive o deslocando para outra guarnição visando acompanhamento médico mais completo. Informou também que o mesmo se negou a depor em inquérito, demonstrando ausência de interesse em apurar as denún-cias feitas por ele.
A Defensoria Pública da União (DPU) entrou no caso e ingressou com ação na Justiça Federal requerendo a reintegração do soldado ao Exército e o conseqüente pagamentos dos meses que ele ficou fora da função. De acordo com o defensor público federal Jaime Carvalho Leite Filho, o processo está na 2ª Vara, sob a responsabilidade do juiz federal Marcelo Basseto.
Segundo ele, o processo está seguido os trâmites normais e depende de perícia médica, solicitada pela DPU para que uma decisão seja tomada por parte do juiz. O objetivo dessa perícia é comprovar que a doença que sofre o soldado foi adquirida depois que ele entrou no Exército.
“Não agüento mais tanta demora, estou doente, e preciso urgentemente de uma resposta da Justiça para retomar a minha vida”, declarou Adailson. O soldado afirma ter se acorrentado à escadaria da Justiça Federal por volta de 4 horas da manhã. Às 10h20, ele foi convencido por um funcionário a suspender o protesto.
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