domingo, 7 de novembro de 2010

Enfim, todos são farinha do mesmo saco?


Por Mino Pedrosa
As Eleições de 2010 devem passar para a história como a pior em matéria de baixaria. E para esquentar a reta final da corrida para o Palácio do Planalto, o alvo agora é Marina Silva. Ou foi, dias antes do primeiro turno, quando a candidata do PV ameaçou e acabou levando a disputa presidencial para o segundo turno.
No meio do primeiro turno, o Palácio do Planalto começou a se preocupar com o crescimento da campanha de Marina Silva. Curiosamente, agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e da Polícia Federal aterrissaram no Acre com a missão de tirar pedras do caminho e fazer uma devassa na vida de Fábio Vaz de Lima, (na foto, sentado em segundo plano, ao centro) marido da ex-candidata à Presidência pelo PV. Fábio preside uma ONG, líder do Grupo de Trabalho da Amazônia (GTA), que recebe recursos estaduais e federais. A ONG foi alvo de investigações da PF, sob suspeita de envolvimento com a venda de madeira apreendida pelo Ibama.
Mas a coisa esquentou mesmo na véspera da votação do primeiro turno, sábado, 2 de outubro. O escritório de petistas camuflados - a família Viana – que, segundo os arapongas apoiava nos bastidores a candidatura de Marina Silva, sofreu busca e apreensão de documentos e equipamentos determinada pelo Ministério Público Federal (MPF). Jorge Viana e o ex-senador, hoje governador eleito, Tião Viana, não podiam imaginar que eram alvos de espionagem dos arapongas do Palácio do Planalto com a conivência e participação do Ministério Público Federal e Estadual.
Foi apreendida uma série de documentos e HDs de computadores. O objetivo era mesmo acabar com a candidatura de Marina Silva. Fontes do Ministério Público revelam a preocupação dos Vianas com a ação da Polícia Federal. E já começam a vazar que documentos encontrados  sobre guarda da Justiça tem conteúdo explosivo.
Já vasa, nos bastidores, nomes como o da esposa do ex-senador Tião Viana, arquiteta, que trabalha em várias obras do PAC, financiada pela Oderbrecht (empreiteira amiga do PT) e outras empresas envolvidas no PAC.
De acordo com arapongas que atuaram na investigação, a família Viana tem laços estreitos com a Oderbrecht. A intenção do MPF, que trabalha às sombras do MPE, é de destruir a família Viana que apoiou Marina Silva nos bastidores. O Palácio do Planalto tacha os petistas como traidores e em conversa na cúpula da campanha de Dilma Rousseff deixam claro a paixão dos petistas pelo ninho do PSDB.
MARIDO DE MARINA ERA O ALVO
O alvo do Planalto era Fábio Vaz de Lima. Era preciso abater Marina em casa. Para tanto os arapongas não mediram esforços. Tiraram do armário até o esquelo da Usimar, na qual Fábio Vaz atuou como técnico ambiental. Os arapongas  rastrearam a vida de Fábio Vaz e constataram que quando Marina estava à frente do Ministério do Meio-Ambiente deixou no gabinete de seu suplente Sibá Machado um cabide de emprego. Segundo informações de um agente que trabalhou na campanha, Fábio Vaz raramente freqüentava o gabinete do Senado. A “Operação Floresta” tinha o objetivo de neutralizar Marina.
DÍVIDA DA NATURA
O dossiê não pára por aí. Um ex-assessor de Marina Silva, quando ela era ministra, denunciou um forte esquema para aliviar a Natura, empresa do vice de Marina, Guilherme Leal. O diretor da Polícia Federal, Luis Fernando, recebeu o ex-assessor que revelou a existência uma dívida de aproximadamente R$ 3 bilhões da Natura com o governo federal. São impostos, direitos autorais não pagos aos índios que consta no dossiê que a PF prepara para estourar após o segundo turno das eleições.
Outros documentos devem vazar para a imprensa. Pois o trabalho de arapongagem foi covardemente bem sucedido. A ex-candidata Marina Silva também deve sofrer ataques logo após o segundo turno das eleições. Esse material está em poder da Justiça e nas mãos dos arapongas credenciados pelo Palácio do Planalto. Os “furos de reportagem” deverão percorrer as redações da mídia impressa e eletrônica após o segundo turno das eleições. A bomba instalada no Acre já foi detonada e a qualquer momento vai ser possível perceber o alcance do estrago feito pelo Palácio do Planalto.
E vem bala por aí, haja vista o caso do dossiê Serra estourado no núcleo da campanha de Dilma Rousseff. Marina Silva ainda é o alvo “surpresa”. Tudo estava preparado para acontecer ainda no primeiro turno se a candidatura da verde superasse ainda mais as expectativas da cúpula palaciana. Pelo visto... explode agora no segundo.

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