quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Quais os reais interesses de alguns Oficiais em criar mais uma Associação Militar: Seria (ou será) a 7º entre PM e CBM. Pode isso Arnaldo???? Poder pode, mas será que devem...

Nas últimas semanas têm ganhado eco algumas vozes defendendo que os Oficiais se desassociem da AME-AC e passem a compor o quadro de sócios de uma nova entidade a ser criada, que congregue somente Oficiais.

De início, o Blog 4 de Maio lembra que já existe o Clube de Oficiais PM e BM do Estado do Acre! Lembra também que o presidente do mesmo é o atual Comandante-Geral da PM. Mas sem tocar nesse assunto, aqueles que defendem uma evasão de oficiais da AME-AC sustentam que a entidade nunca defendeu os interesses do oficialato.

Visando a melhor didática, vamos usar a técnica já conhecida e “manjada” neste espaço de dividir os argumentos em tópicos formados por algarismos romanos:

I.  A AME-AC, para o bem (e, infelizmente, para o mal/mau durante algum tempo), sempre foi protagonista nos assuntos de interesses da caserna. Dizer que ela nunca ajudou aos oficiais só é válido durante grande parte do tempo da (in)Gestão passada. Com um detalhe: Nesse período ela não ajudou foi ninguém. Fosse praça ou oficial! Tanto é que o Poder Judiciário foi provocado a intervir, fato que culminou com a destituição da diretoria anterior e, consequentemente, na recente eleição.

II. Contrariando que a AME nunca ajudou oficiais, no período em que se questionou na imprensa, na OAB, no MP e na ALEAC, de modo veemente e público a legitimidade do acesso de alguns oficiais aos quadros da PM, a AME-AC mesmo intensamente pressionada a ingressar na polêmica e atrair ainda maior atenção ao caso, direcionou delicado assunto para ser resolvido pelos meios jurídicos, oferecendo inclusive assessoria jurídica aos interessados. Demonstrou apoio à corporação, de forma coerente, comedida e politicamente correta.

III. Durante as tensas negociações salariais de janeiro a junho de 2011 (que ainda continua em alguns pontos), em nenhum momento os membros da atual diretoria da AME cederam aos inúmeros pedidos de exclusão dos oficiais da planilha de negociação salarial. Tais pedidos de exclusão se deram pelo pouco (ou nenhum) envolvimento do oficialato nas campanhas, atos públicos, assembléias e reuniões por melhores condições de trabalho e salário. Destaque-se que a comissão de negociação salarial enviou ofícios e convites para que integrante do clube de oficiais estaduais PM e BM participassem ativamente dos acontecimentos. Destaque-se também que muitos oficiais além de não auxiliarem ainda atrapalharam a mobilização e reivindicação por direitos legítimos. Porém, mesmo assim os integrantes da atual diretoria defenderam a luta salarial pelo oficialato. E verdade seja dita: 20%, ainda que em 18 meses, para boa parte dos postos PM e BM significam aumento significativo.

IV. Em 4 de Maio de 2009 a AME liderou a passeata. E quem foram os que tiveram o maior aumento percentual? FORAM OS OFICIAIS, principalmente os coronéis. Pergunta-se: será a AME tão ruim mesmo para o oficialato?

V. Quando o MAJOR JUVENAL “tomou cangalha” nas famosas promoções por merecimento quem foi que saiu em sua defesa. NÃO FORAM OS OFICIAIS NÃO! Aliás, o único oficial que questionou publicamente esse desrespeito ao profissional foi o Deputado Rocha. Outra pergunta que não quer calar: será que os futuros diretores de mais uma possível Associação de Oficiais resistirão à tentação de lutar pelo interesse individual, em prejuízo do coletivo??? Sejamos sinceros, mas a política partidária e as promoções por merecimento prejudicaram a liberdade, união e fidelidade entre os oficiais. Será que uma nova associação conseguiria desenvolver o perfil sindical? Reivindicatório? Ou somente organizaria eventos recreativos, lúdicos e para autopromoção de pequenos grupos?

VI. Será que existe interesse do Governo do Estado por trás desta idéia? Por quê? Será que mais uma associação contribui para a união da categoria militar estadual? Quando a AME foi criada o objetivo era unir policial e bombeiro militar, praça e oficial em torno de uma só bandeira. Era, é e será sempre um objetivo nobre! Então porque agora há oficiais incentivando outros para que abandonem o barco que nos une independente das nossas diferenças? Se quiserem e querem abandonar porque não fizeram antes, quando o cabo estava tensionado ao máximo com o Governo do Estado? Querem fazer só agora que algumas nuvens já dão passagem aos raios solares...

VII.  As praças que lideram Associações Militares sempre incluíram interesses de oficiais nas pautas milicianas. Mas vejam que no início das negociações recentes que criaram vagas no quadro de oficiais combatentes da PMAC os oficiais superiores combatentes não se emprenharam na criação de vagas para o QOA. Além disso, também não se preocuparam em amenizar o enorme gargalo que impede a promoção à 2º e 1º sargentos. A intervenção de uma Comissão de Subtenentes e da AME junto ao Governo não resolveu o problema, mas contribuiu para certa evolução no projeto de lei votado recentemente.

VIII. Os serviços oferecidos pela AME (assessoria jurídica, hotel de trânsito e auxílios diversos) estão também à disposição de oficiais. Na atual diretoria temos um capitão e um major da ativa. Nosso estatuto prevê vagas obrigatoriamente preenchidas por integrantes do oficialato.

IX. Não poderia deixar no esquecimento também que quando a AME estava lutando por um novo Estatuto dos Militares, não foram somente as praças os beneficiados, os oficiais também o foram. Mas quais oficiais colocaram a cara à bater? Apenas o deputado Rocha e o tenente-coronel Nascimento.

X. A reformulação do Quadro depois do Estatuto pronto foi um luta na qual saímos vitoriosos como instituição, não foram somente as praças que se beneficiaram com o êxito, os oficiais também, e quem encampou a luta, foi a nossa estimada AME.

Aos que leram até aqui, esperamos ter contribuído para a decisão final. A Constituição Federal assegura que ninguém pode ser obrigado a associar-se ou permanecer associado. É preferível a união entre postos e graduações. Mas a decisão cabe a cada um.

4 comentários:

  1. Sinceramente...não me filio a nenhuma delas.
    Estou ha oito anos no posto sem nenhuma perspectiva "legal" de progressão funcional e ninguém fez nem fará nada..dobrando intertício.
    Let i be!!!
    Deixa estar pra ver como é que fica...

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  2. Para àqueles que pensam que formando mais associações dentro da corporação vão ganhar alguma coisa,estão redondamente enganados,vão só enfraquecer ás que já existem e arrumar antipatia da tropa.

    JUSTICEIRO -UNIDOS SOMOS MAIS FORTES.

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  3. Os reais e único interesse são os deles próprios. Se para eles (a grande maioria) está bom, os demais que se lasq...

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  4. Não precisa disso gente! Isso é balela...
    O Clube de Oficiais foi criado com as atribuções, dentre tantas, de defender os interesses dos associados, infelizmente ao longo dos anos se restrigiu a promover festinhas, administrar o plano de saúde da UNIMED e aumentar o patrimônio, O QUE TEM SIDO FEITO COM MUITA COMPETÊNCIA pelas diretorias de Cel Anastácio. Contudo, é pouco, precisamos que essa entidade arregace as mangas e se faça presente nos movimentos reivindicatórios, defendendo melhores condições de trabalho, jornada de trabalho digna, salários, fardamentos, lei de promoções decentes e que não causem insatisfações, por fim que contribua assessorando o Comando da Corporação. PRONTO! NÃO HÁ NECESSIDADE DE MAIS ENTIDADES QUE SÓ DIVIDEM A CORPORAÇÃO. CHEGAAAA!!!

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