quinta-feira, 11 de abril de 2013

Saiu na Folha de S. Paulo


Sargento da PM do Acre é preso após criticar governador na internet

JAIRO BARBOSA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM RIO BRANCO

Um comentário crítico a uma mensagem do governador do Acre, Tião Viana (PT), publicada na internet resultou em cinco dias de prisão para um sargento da Polícia Militar do Estado.
O 3º sargento Isaías Brito Brandão começa a cumprir nesta quarta-feira (10) a punição imposta pelo Comando Geral da PM numa cela do Batalhão de Policiamento Ambiental.
Segundo a Corregedoria da PM, o sargento desrespeitou o governador do Acre nos comentários publicados no dia 2 de março na rede social Facebook.
Geraldo Magela /Agência Senado
Tião Viana (PT-AC)
Tião Viana (PT-AC)
A postagem do governador se referia a verbas do governo federal conquistadas pelo Estado.
"Agora em Brasília, conseguimos aprovar 251 milhões para mobilidade e saneamento, obrigado presidente Dilma. Marcus Alexandre [prefeito de Rio Branco] aprovando 51 milhões para mobilidade. Senadores Jorge Viana e Coletivo 13 Anibal [Diniz] dividindo a alegria do momento", escreveu Viana.
Abaixo, o sargento comentou: "mais dinheiro para as ruas do povo? Vai precisar mesmo, afinal, as ruas que foram feitas no ano passado, este ano já precisam ser refeitas. Eu quero ver o senhor cumprir a promessa de asfaltar todas as ruas do Estado até 2014".
Em seguida, fez um complemento com uma crítica direta ao senador petista pelo Acre Aníbal Diniz: "quem é o Aníbal Diniz? Um poste colocado em Brasília para defender os interesses da quadrilha".
O caso foi levado à Corregedoria da PM do Acre pelo Serviço de Inteligência da corporação, que existe para investigar denúncias contra civis.
No relatório da sindicância, o major Marcos da Silva Kinpara confirmou as críticas feitas pelo colega de farda e apontou que o sargento "fez comentário de forma desrespeitosa ao Chefe do Executivo".
Em sua defesa, o sargento afirmou que a postagem foi feita por um sobrinho.
O comandante da PM do Acre, coronel José dos Reis Anastácio, negou qualquer interferência do governador no caso e garantiu que a investigação foi baseada no código de disciplina dos militares acrianos.
"A gente tomou conhecimento e apurou. A corregedoria chegou a essa conclusão e aplicamos a medida cabível", disse.
O secretário de Comunicação do governo do Acre, Leonildo Rosas, disse que o governador não iria comentar o assunto por não ter "participação no caso".
A prisão do militar foi criticada pelo deputado estadual Werles Rocha (PSDB), líder da oposição na Assembleia e major da reserva da polícia do Estado.
Em nota divulgada à imprensa, o deputado acusou o Palácio Rio Branco de manter um "clima de terror" e de "ameaças" para impedir o "vazamento da verdade".

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