Ray Melo, da redação de ac24horas
raymelo@ac24horas.com
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Após a absolvição do deputado Silas Câmara (PSD), pelo pleno do Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas, na noite de quarta-feira (3), a deputada federal Antônia Lúcia (PSC-AC), que é esposa do parlamentar fez declarações polêmicas sobre as investigações eleitorais realizadas no Acre, no período eleitoral de 2010.
O deputado federal Silas Câmara era acusado pelo Ministério Público Eleitoral, de ter enviado R$ 472 mil – de Manaus para o Acre, com o intuito de ajudar na campanha de sua esposa Antônia Lúcia Câmara. O dinheiro teria sido apreendido graças às escutas telefônicas feitas pela PF do Acre.
A deputada Antônia Lúcia declarou que, “quem escutou meus telefonemas e imaginou que os R$ 472 mil – seriam para a minha campanha foi a Policia Civil do Acre. O guardião é a máquina de produzir provas ilegais do Sebastião”, afirmou levantando suspeitas que o aparelho seria usado para fins políticos.
Segundo a parlamentar, o secretário de Polícia Civil, Emylson Farias teria encaminhado a denúncia “descriminando para Policia Federal, que um carro estaria parado na frente da Ufac, com quatro pessoas que estariam com drogas, dinheiro e que todos eram suspeitos de integrar uma quadrilha”.
Antônia Lúcia afirma ainda, que “foi assim que eles pegaram o dinheiro do comerciante Melquesedeque, de Boca do Acre, que fez a doação à Fundação Boas Novas. Essa doação está na prestação de contas do empresário feita a Receita Federal. Fizeram uma grande armação com fins políticos”, enfatiza.
De acordo com a deputada acreana, “o dinheiro ainda continua preso e eu eleita e protegida por Deus. Foi a Policia Civil do Acre que interceptou, gravou e encaminhou para a Polícia Federal, de forma clandestina, minhas ligações telefônicas e de pessoas próximas a mim. Romário Divino legalizou as escutas clandestinas”, acusa Antônia Lúcia.
O guardião, aparelho de fazer interceptações telefônicas comprado na administração do ex-governador Jorge Viana (PT), já foi alvo de várias denúncias de escutas ilegais. Políticos de oposição aos governos petistas do Acre acusaram a cúpula da Frente Popular de fazer uso político do equipamento.
“As informações que indicam que a Polícia Civil, teria feito as escutas telefônicas estão nos autos do processo”, informa a deputada Antônia Lúcia.
Polícia Civil nega participação
A reportagem procurou a assessoria de comunicação da Polícia Civil, para saber qual seria a versão do secretário Emylson Farias. De acordo com o assessor, a pasta teria sido comunicada da apreensão, após a ação da Polícia Federal, mas foi verificado que a ocorrência não seria de competência da Polícia Civil.
“A Polícia Civil não teve nenhuma participação nestas investigações. Nem fez qualquer tipo de escuta com fins eleitorais. Só foi dado ciência da apreensão dos R$ 472 mil – após a apreensão. Tudo que diz respeito a eleitoral não é competência da Polícia Civil, mas da esfera federal”, diz a assessoria.
Segundo a assessoria de comunicação da Polícia Civil, as interceptações telefônica realizadas pela Polícia Civil passam por autorização da Justiça. “Todo procedimento é muito rigoroso e passa por pedido de autorização da Justiça. As interceptações precisam de autorização judicial”, justifica a assessoria.
Interceptações foram consideradas ilegais
O relator do processo contra Silas Câmara, o juiz Victor André Liuzzi Gomes, acatou a tese da defesa de nulidade das provas emprestadas de um inquérito policial federal. As interceptações telefônicas já tinham sido consideradas ilícitas pelo Pleno de Rio Branco e confirmada pelo Tribunal Superior Eleitoral.
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