Catorze policiais militares que
participaram da manifestação nos dias 13 e 14 de maio de 2011, reivindicando
melhorias salariais e de trabalho para a instituição serão ouvidos no dia 14
de setembro. A data foi divulgada ontem pela 2ª Vara do Tribunal do Júri
da Comarca de Rio Branco.
Os militares serão submetidos a
interrogatório e responderão sobre informações contidas no processo
0027816-67.2011.8.01.0001, que trata sobre o crime de motim.
De acordo com o Inquérito Policial Militar (IPM), Nº 10, página 482, os policiais foram vistos próximos ao portão lateral do Quartel do Comando Geral (QCG) no dia da manifestação. Segundo o documento, viaturas da PM tentaram sair do quartel que, no momento, estava sendo bloqueado por civis que protestavam em favor da categoria.
- “É notório que quando os
policiais militares ouviram a ordem para se retirarem da frente do portão e não
o fizeram, negaram-se a seu cumprimento, através de uma conduta omissiva, eles
passivamente desobedeceram, incorrendo no crime 149 do Código Penal Militar”
[motim], descreve o IPM.
O inquérito da Polícia Militar é
falho em algumas informações. Na página 478, o encarregado Marcelo Antonio
Victor, tenente-coronel da PM, afirma que recebeu um CD-Rom que continha
imagens gravadas pela Assessoria de Inteligência da instituição, mas que eram
de péssima qualidade, sendo reconhecido apenas quatro policiais; entretanto
catorze pessoas foram indiciadas, todas lideranças da categoria.
Em defesa dos associados
A Associação dos Militares do
Acre (Ameac) saiu em defesa dos militares indiciados no Inquérito Policial
Militar. Para o presidente da entidade, sargento Isaque Ximenes, o indiciamento
é uma injustiça oportunizada pelo Código Penal Militar, que é arcaico.
- O nosso Código Penal Militar é
de 1969, tempo da Ditadura Militar, dos anos de chumbo, da repressão atroz
contra a sociedade civil que buscava a democracia, uma participação ativa nos
rumos do país. Infelizmente nas mudanças que aconteceram, advindos dos
movimentos sociais e nos pós 1988, não chegaram a Polícia Militar até hoje. Por
isso temos militares que não podem falar, não podem se manifestar por melhorias
salariais e de trabalho. Os catorze policiais que estão sendo julgados são pais
e mães de família e não bandidos, criminosos perigos. A ida desses bravos
militares a julgamento já se configura uma injustiça, declarou o
presidente.
Reivindicação
Na época os militares
reivindicavam o reajuste de mais de 100% de perdas salariais acumulados nos
últimos doze anos de administração petista. O Acre figura como o vigésimo
segundo Estado a pior pagar seus policiais militares. Hoje, de acordo com os
dados fornecidos pela blogueira Renata Pimenta, de Minas Gerais, o Acre figura
como o vigésimo terceiro no ranking,
descendo uma posição, portanto.
Viana apóia PF e prende PM
No último dia 9 de agosto, o
governador Sebastião Viana manifestou apoio aos Policiais Federais que estão em
greve. De acordo com o site Agência de Notícias, Viana afirmou que levaria um
posicionamento formal em favor da categoria ao Ministério da Justiça (LEIA
AQUI).
A reivindicação da Polícia
Federal não é diferente do que foi manifestado pelos militares nos dias 13 e 14
de maio de 2011. Ambas tratavam sobre reconhecimento e reajuste salarial; os
tratamentos dados às duas categorias foram muito diferentes.
Embora os números não sejam
divulgados pelo comando da PM, estima-se que mais de mil policiais militares,
em todo o estado, foram presos administrativamente por ordem do governador
Sebastião Viana. As prisões variaram entre sete e dez dias de cadeia para cada
pessoa que faltou o serviço ou chegou atrasado ao posto de trabalho.
Salário das Polícias Militares
E ainda falam que policias do acre ganham muito bem... é brincadeira.
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