terça-feira, 22 de setembro de 2009

Veja os resultados da I CONSEG

O QUE PENSAM OS PROFISSIONAIS DE SEGURANÇA PÚBLICA DO BRASIL
Desde 2003, estamos assistindo a uma verdadeira revolução na gestão das políticas de segurança pública em âmbito nacional. A estruturação do SUSP, a implementação do Pronasci e a realização da 1ª. Conferência Nacional de Segurança Pública são evidências claras de uma mudança de perspectiva de gestão que quebra com o distanciamento entre quem planeja, quem executa e o público alvo das ações.
O modelo tradicional durante décadas vigente, pautado na separação clara entre formulação e implementação das ações, vem sendo gradualmente substituído nestes últimos anos por uma nova forma de gestão que reforça a necessidade de reunirmos as contribuições de todos os atores envolvidos nas ações de segurança pública, especialmente seu público alvo e os profissionais que as executam. Se, por um lado, este ambiente de cooperação nos trás o conhecimento necessário para aperfeiçoar a gestão técnica das ações, por outro lado, gera o comprometimento de todos os atores para atuar na solução deste problema caracteristicamente social.
A consulta “O que pensam os profissionais de segurança pública no Brasil” constitui mais um marco histórico que consolida esta transição de perspectivas de gestão. Pela primeira vez na história brasileira, estamos abrindo um espaço exclusivo para os profissionais de segurança pública, livres de condicionantes institucionais, expressarem diretamente suas opiniões sobre fatores cruciais para a elaboração das políticas nacionais de segurança pública. Neste contexto, vale ressaltar o papel importantíssimo cumprido pela Rede Nacional de Educação à Distância em Segurança Pública ao oportunizar a criação deste diálogo direto com os profissionais de todo o Brasil.
A consulta permitiu, de uma forma simples e direta, a participação de um grupo de profissionais que freqüentam o ambiente EAD na busca de aperfeiçoamento e valorização profissional. A coleta de dados seguiu uma metodologia inovadora que, diante da diversidade e tamanho da população observada, torna-se uma referência preciosa no assessoramento e discussão dos problemas enfrentados “intramuros” pelos profissionais de segurança pública, e como esse fenômeno pode refletir na prestação de serviços à população brasileira. Os resultados da consulta não levam diretamente a um ponto de chegada, mas remetem a uma discussão sobre alterações estruturantes no modelo institucional atual. A partir da análise da visão do profissional é possível entender as circunstâncias que cercam sua rotina e como o poder público pode atuar como ente de transformação cultural. Também serve para que se torne público o sentimento existente entre os operadores de segurança com relação à percepção das suas instituições.
Esta consulta traz a opinião de quase 65.000 profissionais – policiais militares e civis, guardas municipais, bombeiros militares e agentes penitenciários – sobre qual o modelo ideal de polícia para o Brasil, a hierarquia e a disciplina em seu ambiente de trabalho, a importância do controle externo e accountability, a atuação do Ministério Público e do Poder Judiciário e as situações de vitimização a que estão cotidianamente submetidos.

POLICIAIS QUEREM A DESMILITARIZAÇÃO DA PM
Mais da metade dos 64.130 ouvidos reclama de hierarquia rígida; desrespeito e humilhação também são denunciados por maioria deles
O formato atual da Polícia Militar, caracterizado pela hierarquia rígida e numerosa, é rejeitado pela maioria dos profissionais de segurança pública. É isso que mostra a consulta “O que pensam os profissionais de segurança pública, no Brasil” realizada pela SENASP (Secretaria Nacional de Segurança Pública) em parceria com o PNUD com o objetivo de subsidiar as discussões na I CONSEG (Conferência Nacional de Segurança Pública) — que reuniu entre 27 e 30 de agosto em Brasília, membros do governo, de ONGs e policiais para debater a criação de um Plano Nacional de Segurança Pública.
A consulta aos profissionais de segurança ouviu 64.130 servidores, entre policiais militares, civis e federais, policiais rodoviários, peritos, bombeiros, agentes penitenciários e guardas municipais.
Para 60% deles, a vinculação da PM ao Exército é inadequada. O número aumenta quando o assunto é injustiças e desrespeito causados pela hierarquia — 65,6% dos consultados responderam “sim” à questão “A hierarquia de sua instituição provoca desrespeito e injustiças profissionais?”. Os que mais se incomodam com isso são justamente os policiais militares nos postos mais baixos (73,3%). É entre estes profissionais que as críticas à hierarquia e à disciplina das instituições mais aparecem: 81% deles acreditam que “há muito rigor em questões internas e pouco rigor em questões que afetam a segurança pública” e 65,2% dizem que “há um número excessivo de níveis hierárquicos em sua instituição”.
A questão aparece também quando as perguntas dizem respeito à tortura e à humilhação por superiores. Um quinto de todos os consultados diz que já sofreu tortura em treinamento ou fora dele (se considerarmos apenas os policiais militares nos postos mais baixos, a fração sobe para um quarto) e mais da metade (53,9%) dizem que já foram humilhados ou desrespeitados por superiores. O relatório da consulta destaca, porém, que o termo tortura é colocado como “imposição deliberada de sofrimento físico ou mental. Por isso, as respostas positivas colhidas não significam que os profissionais de segurança no Brasil sejam expostos às formas mais atrozes de violência.”“Os resultados só mostram que temos que reforçar a questão da saúde mental e física dos profissionais, com as quais a SENASP já vinha trabalhando. Temos que rever a jornada de trabalho e os regimentos internos”, afirma a coordenadora-geral da CONSEG e assessora especial do ministro Tarso Genro, Regina Miki. O relatório da consulta destaca que as consequências do quadro atual são sentidas também pela sociedade em geral: “(...) as PMs não estão organizadas como polícias, mas como pequenos exércitos desviados de função, os resultados são, salvo exceções de praxe, a realidade conhecida, que não satisfaz a sociedade nem os profissionais: precariedade no enfrentamento da problemática da criminalidade, dificuldade para exercer controle interno (o que implica o convívio com elevadas taxas de corrupção), frequente insensibilidade no relacionamento com os cidadãos”.
A proposta de desmilitarização da Polícia Militar foi discutida durante a I CONSEG e aprovada por 508 votos. Porém, um dos princípios aprovados durante a conferência, com 455 votos, sugere manter a estrutura atual das polícias.

Outros dados
Além do descontentamento com o modelo atual de suas instituições, em especial da Polícia Militar, os profissionais também se mostraram descrentes em relação ao sistema penitenciário. Mais de 85% acreditam que as prisões “não conseguem realizar o trabalho necessário” ou “terminam produzindo efeitos piores para a segurança pública”. Quando o assunto é corrupção, apenas 21,6% dos entrevistados acreditam que seus colegas denunciariam um ato de corrupção. O número é menor que o de respostas para a alternativa “fingiria não ter visto”, que ficou 24,8%. Neste tema, “conversaria com o colega para que ele não fizesse mais” ficou com a maioria das respostas: 42,2%.
Não foram somente dados desanimadores que apareceram na pesquisa. Regina Miki destaca questões positivas. “Mais de 90% acham importante a capacitação. Não querem mais agir só com a força, mas com a inteligência. Temos também 77% dos policiais militares que querem mudanças na estrutura atual das instituições e ainda cerca de 60% que disseram que, se tivessem que optar, trabalhariam na segurança. Eles fazem porque gostam”, ressalta. E conclui: “Ora, temos pessoas dedicadas, que querem melhorar cada vez mais o seu serviço.”
O próximo passo agora, segundo Regina, é aprofundar os dados. A consulta atual foi feita virtualmente apenas com profissionais cadastrados na Rede Nacional de Ensino à Distância. “Temos uma determinação do ministro de fazer uma pesquisa mais aprofundada para subsidiar a elaboração de políticas públicas”.

Fonte: Mariana Desidério da Prima Página

15 comentários:

  1. Desmilitarizar as PM's seria o maior avanço na área de segurança pública, pois cada um teria que mostrar o seu serviço de acordo com sua capacidade. Diferente do que ocorre hoje, onde os detentores de postos elevados exploram os menos graduados com o objetivo simplismente, de se promoverem perante o governo. Oficiais superiores nunca estiveram nas ruas e, hoje encontramos esses militares sugando a tropa dos Batalhões em que trabalham, tudo isso, simplismente é porque o governo só promove quem estar na vitrine (aparecendo). Todo bom policial sabe quem são os bom militares da corporação. A policia de hoje não é mais a polícia do passado é só conversar com os militares que enxergamos isso. Polícia desmilitarizada é mais eficiênte e, isso é notável em todos os paises que adotam este método.

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  2. É chegado o dia em que as estrelas cairão dos céus! Apocalipse...
    Não tenho nada a ver com isso! Tá na Bíblia...
    Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

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  3. Haverá um dia em que a competência dos homens se dará pela sua capacidade comprovada de pensar e resolver problemas.
    Os intelectuais da nação começaram a descobrir aquilo que dentro dos quartéis PM há muito tempo já se sabe: ESTRELAS e GEMADAS são apenas símbolos de poder, geralmente utilizados para humilhar, segregar, promover injustiça, violar direitos, abusar da autoridade e etc...
    Estrelas e gemadas não são sinônimos de competência e capacidade!
    A maior prova está dentro dos quartéis: tratam profissionais, pais e mães de família, como recrutas inexperientes do exército; negam direitos elementares e constitucionais aos subordinados; tratam-nos como se fossem seus serviçais particulares sem o mínimo de educação e respeito; exercitam a soberba; impedem a crítica - elementar para o crescimento e amadurecimento dos homens e das instituições públicas e privadas; agem como domadores (oficiais) no picadeiro (segurança pública) a chicotear (RDPMAC) as feras (as praças) para que sigam as suas ordens; promovem a diferença e a discriminação entre os mais graduados e os menos graduados; tratam alunos dos cursos de formação como se fossem escória!
    Isso tudo ocorre há muito tempo!
    Isso tudo é a rotina dos policiais militares do Acre e do Brasil!
    Isso tudo tinha que ter fim!
    Isso tudo vai ter um fim!
    Tudo isso vai acabar!
    Que venha rápido este novo tempo!

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  4. Será que desmilitarizando as PM's centenárias, não seremos transformados em simples GUARDA NOTORNO ou GUARDA MUNICIPAL fardada e ganhando menos do que ganhamos como PM's, que já é uma merreca....

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  5. Sou PM da turma de 2000 e muitas vezes ví o ódio e o desprezo com que a insituição PM tratava os policiais que estudavam.
    Haviam 2 oficiais que se destacavam dos demais nessa questão (desprezo pelo estudo) os então tenentes (***moderado***), eram contumazes em sacanear os pracinhas que faziam UFAC.
    Acreditem, no ano de 2000 isso ainda acontecia na PMAC e a gente tirava RP nos VW Santana!
    Esse mesmo estudo acadêmico que eles tanto desprezavam agora lhes tira o sono!
    Bem feito!
    Ao invés de ficar sacaneando, poderiam ter ido pra aula e ter tirado um diploma superior (que poderia até ajudar a fazer outro concurso, tipo PF caso a coisa fique feia na PM no futuro).
    KKkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk!

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  6. NA REALIDADE A DESMILITARIZAÇÃO DAS POLÍCIAS MILITARES IRÁ OCORRER BREVEMENTE, POIS NA REALIDADE O CABOS E SOLDADOS PROFISSIONAIS DE CARREIRA, NÃO PODEM MAIS SER TRATADOS COMO SDS RECRUTAS DO EXÉRCITO, HAJA VISTO QUE O RDPMAC JÁ SOFREU ALTERAÇÕES, REDUZINDO A PRISÃO QUE ERA DE 30(TRINTA) DIAS, PARA O MÁXIMO DE 10 (DEZ) DIAS, ISTO QUANDO A TRANSGRESSÃO FOR CONSIDERADA ABSURDA E NÃO COMO ANTIGAMENTE QUANDO A DISCIPLINA POR DEMAIS RÍGIDA, MUITAS DAS VEZES SE COMETIAM DIVERSAS INJUSTIÇAS. CDS.SDS. JAIR THOMAZ - CEL PM R/R

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  7. NÃO CONCORDO COM A OPINIÃO DO COMPANHEIRO DE FARDA, QUANDO ALEGA QUE AS GEMADAS NUNCA FORAM PARA O SERVIÇO DE RUA; ESQUECEM QUE O OFICIAL, JÁ FOI ALUNO, FOI ASPIRANTE, FOI TENENTE, FOI CAPITÃO E SEMPRE CONCORRERAM AS ESCALAS DE SERVIÇO DE SUPERVISÃO DE P.O.,A PÉ DE MOTOS E/OU VIATURAS, NAS RUAS, NO ESTÁDIO DE FUTEBOL, NAS QUADRAS DO GINÁSIO COBERTO, NOS SHOWS, NOS CARNAVAIS DE RUAS E NOS CLUBES. ORA BOLAS VAMOS RESPEITAR O DIREITO DOS OUTROS, A CRÍTICA DEVE SER FEITA QUANDO TEM FUNDAMENTO, PEÇA DESCULPAS PELA BESTEIRA E ESTUDE PARA QUE DEIXE DE SER PRAÇA E CONSIGA CHEGAR AOS POSTOS DO OFICIALATO; QUE NA SUA OPINIÃO NADA FAZEM E GANHAM MUITO BEM E ATUALMENTE COMO OFICIAIS SUPERIORES; MAJOR, TEN CEL E CORONÉIS; TODOS SEM EXCESSÃO PASSARAM POR TODAS AS MISSÕES ACIMA CITADAS E HOJE ESTÃO NOS DIVERSOS COMANDOS DAS OPM'S:COORDENAÇÃO, PLANEJAMENTO, ADMINISTRAÇÃO, ASSESSORAMENTO, SINDICÂNCIAS, INQUÉRITOS ETC.ETC.CDS.SDS.CEL PM JAIR THOMAZ CEL PM R/R

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  8. Exceção com dois SS, compre uma gramática e estude!

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  9. Nego véio, posso ser transformado até mesmo em "papa-sereno", pagando o salário digno, tá tudo beleza...

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  10. Exatamente por serem centenárias, é que se vê a necessidade de reforma da PM.

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  11. Os oficiais de antigamente é que exploravam os praças mesmo: até serviço de gari(limpar seu quintal) e babá (levar seus filhos para escola e trazê-los), eles faziam. A maioria dos oficiais da PMAC vinham do exército; daí o motivo de tanta humilhação e sugação que faziam contra os praças. E o pior de tudo é, essa humilhação e sugação ainda continua, basta observar os resultados do I CONSEG.

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  12. A opinião do Cel JT é contundente e verdadeira. Agora, a carreira militar, ou mesmo a carreira civil, afunila. Há um grande universo de servidores que não chegarão ao topo da carreira. É uma seleção natural - Na PMAC, por exemplo, o efetivo é mais ou menos 3000 homens, temos apenas quatro coronéis. Numa empresa privada, teremos poucos diretores ou gerentes e muitos empregados em diversas atividades.
    Em relação a desmilitarização sou favorável, pois nunca tivemos privilégios, trabalhamos muitos, acima da média de um turno de trabalho. Além do mais, herdamos muitas coisas, perdemos muitos direitos comuns.
    Por fim, o "funil" vai selecionar sempre, talvez não estamos preparados para esse paradigma.

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  13. "Seleção natural"??? Vc tá utilizando Teoria Darwiniana para explicar ascenção funcional nos quadros da PMAC???
    Deve estar de sacanagem... É por isso que as PMs devem ser desmilitarizadas! Para não lermos porcarias como as descritas acima...
    Vá estudar um pouco de Teoria das Sociedades ou Sociologia e irá descobrir que vc anda semando fezes pela sua boquinha...

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  14. Não temos mais 2º sargetos na PMAC,já temos mais da metade do intertício e existe vagas.Queremos ser promovidos!!!!!!!!!!!!

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  15. O moderador de comentários!!!, mais uma vez afirmo que você não é DEMOCRÁTICO, só dá espaço para os Praças, que sacaneiam direto, os "estrelas". Quando os Oficiais fazem uma réplica mais contundente, você NÃO posta o cometário, com isso o Blog perde credibilidade e leitores. Seja mais DEMOCRÁTICO e menos injusto !!!.

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