terça-feira, 4 de agosto de 2009

Por que os Militares Estaduais fazem "bico"?

Por que os Militares Estaduais fazem "bico"? Esse é um questionamento que está em voga nos nossos dias. A resposta parece simples: Os militares fazem “bico” para terem uma vida digna, para tentar proporcionar aos seus familiares um pouco de conforto, coisa que nossos soldos não conseguem fazer.
Sempre que tentamos buscar melhorias salariais ou que reivindicamos qualquer coisa o governo tenta nos ligar ao “esquadrão da morte”. Não foi diferente nessa negociação salarial que se quer chegou a cobrir as perdas salariais que tivemos ao longo dos vários anos sem reajustes.



O próprio Governador além de nos rotular de “baderneiros” ainda tentou jogar a sociedade contra a nossa causa. Nesse ponto o chefe do executivo contou com a ajudinha de membros do Ministério Público Estadual que chegaram ao absurdo de alardear que Policiais e Bombeiros Militares estariam tentando destituir o governo eleito democraticamente. Se essas elucubrações não tivessem repercutido através da imprensa local, qualquer pessoa em sã consciência poderia jurar que se tratava de uma brincadeira ou mesmo de comedia.
A pesquisa encomendada pelo governo mostrou que a população estava apoiando o nosso movimento.
O fato é que o “aumento” que os militares vão receber não vai acabar com os “bicos”. É bom salientar que nós Militares Estaduais não buscamos luxo ou mordomias, não temos planos de saúde e nossos filhos não estão matriculados em escolas particulares, não queremos incluir no nosso cardápio filé ou caviar.
Queremos somente viver e dar um pouco de conforto para os nossos dependentes. Por eles é que sacrificamos nossa mirrada folga e até mesmo a saúde trabalhando nos “bicos”. Eles merecem muito mais. Todos os dias, quando saímos pra trabalhar, nos despedimos das nossas famílias sem saber se ao final do serviço vamos poder retornar para os nossos lares. Sem saber se vamos ficar presos nos quartéis pela decisão inquestionável de um comandante que não estava conosco na ocorrência. Sem saber se vamos ser denunciados pelo MP ou se vamos voltar vivos. E isso tudo ainda não é suficiente para compensar os muitos momentos de ausência em razão da nossa missão.

Nós Militares Estaduais sofremos com uma carga-horária desumana, com as perseguições e com o desrespeito aos direitos humanos e aos outros direitos assegurados na constituição e nas leis.

Banco de Horas ou Hora Extra
As Polícias e Bombeiros Militares de vários estados brasileiros já remuneram seus militares pelas horas que excedem a carga-horária estabelecida. No Acre ainda não temos nem mesmo a definição de uma jornada semanal máxima, por isso muitas vezes trabalhamos mais de 70 horas por semana. Uma das bandeiras de luta da AME/AC, estaremos buscando mais essa conquista para os Policiais e Bombeiros Militares acreanos. É bom lembrar que a carga-horária máxima estabelecida pela Constituição Federal é de 44 horas semanais durante o dia. Mais ainda, para os civis o valor da hora extra é de uma hora normal de trabalho acrescido de 50%, no mínimo.

13 comentários:

  1. É bom saber que temos alguem por nós, que a ame está firme na luta pelos nossos direitos. Esse governo e esse comando passam.

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  2. Por uma hora extra digna. Chega de esmolas!!

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  3. Se não fosse o Bolsa Formação e os bicos, muitos de nós já estariam passando fome!

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  4. O ESTRESSE NA PMAC
    O soldado JOHN RAMBO, famoso personagem do cinema encarnado por SYLVESTER STALLONE, é o maior exemplo, embora fictício, da fadiga de combate à qual os médicos deram um nome bastante alusivo: A SÍNDROME DO RAMBO.
    A síndrome do rambo consiste num acúmulo de estresse além do limite suportável pelo profissional da área de segurança, incluindo-se aí as forças armadas. Os sintomas são justamente esses que os ex-combatentes do Haiti demonstraram ao voltar de lá. Quase todos apresentam sérios problemas psicológicos e alguns evoluíram o seu quadro de uma forma tão fora de controle que passaram a ser atendidos pela psiquiatria e não mais pela psicologia.
    Conversando com alguns deles, depois de mais calmos, ouvi relatos horríveis sobre o dia-a-dia entre o MEDO DE TER QUE MATAR e a CERTEZA DA MORTE, nas favelas haitianas.
    Segundo eles, os corpos das pessoas mortas nos combates ficam expostos por semanas a fio, sem que ninguém os recolhessem, pois justamente as pessoas que tentam dar cabo do trabalho funesto são os alvos preferidos dos franco-atiradores, além de enfermeiros e paramédicos.
    Um deles me falou que demorou mais de três meses para se acostumar em casa, sem o colete e o capacete.
    Às vezes vejo um deles, que mora no Pitimbu, assumindo posição defensiva, atrás do muro de sua casa, como se estivesse em seu BUNKER ou sua trincheira, sempre que um carro se aproxima. Depois que o carro passa, ele direciona sua atenção em direção ao alto de uma duna próxima, como se nela houvesse alguém à espreita, pronto para atacá-lo. O triste nessa história, é que isso não é um caso isolado. E não acontece apenas nas forças armadas.
    Submetidos a uma escala desumana e cruel, os policiais brasileiros, em especial os policiais militares estão desenvolvendo quadros patológicos iguais aos apresentados pelos veteranos de guerra. E o que é pior: o cidadão comum das grandes cidades também sofre do mesmo mal.
    No Haiti, segundo um deles relatou, a escala era descontrolada, no início seguia o padrão 24 x 72h, o que garantia o repouso físico e mental. Com o agravamento da situação, para poder conter a escalada da violência no país, a força brasileira, à qual coube o papel de POLÍCIA local teve de utilizar um remédio pior do que a doença: a famigerada redução da escala de trabalho, passando a ser de 24 x 48h!
    Apenas alguns dias depois de implantada, os frutos negativos começaram a aparecer: combatentes cansados, desanimados, desestimulados, com o moral baixo, começaram a surgir em todas as unidades estacionadas no Haiti. Muitos começaram a adoecer e não conseguiam se recuperar plenamente, pois a escala não permitia, afinal, aquilo é uma guerra!
    Segundo um SGT que conheci no aeroporto, outro dia, depois de um tempo praticamente não havia mais escalas: a tropa era enviada ao campo através do velho sistema de sortidas (sorties), missões que só tinham hora inicial, e como hora final, apenas a incerteza. De acordo com os relatos do graduado, após cinco sortidas bem sucedidas os militares participantes eram agraciados com alguns dias de repouso, quase sempre interrompidos por fogo inimigo, de surpresa, ou então em missões urgentes de substituição.
    O OBJETIVO DO PRESENTE TEXTO é o de alertar aos profissionais de segurança pública quanto à nocividade de escalas de trabalho inadequadas. A SÍNDROME DO RAMBO está presente em nossos quartéis, em nossas delegacias, em nossos presídios, em nossos institutos médicos legais, em nossos corpos de bombeiros.

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  5. Nossa luta agora é por uma carga horária de 36horas semanais, e adcional noturno, vamos ver se vcs batem de frente, já q não ganhamos nada de aumento, pelo menos vamos ver conseguimos ajustar a nossa carga horária.

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  6. CONCORDO PLENAMENTE COMA NECESSIDADE DE SER APROVADA URGENTEMENTE UMA LEI QUE REGULE O PAGAMENTO DE HORAS EXTRAS, BEM COMO O ADICIONAL NOTURNO AOS ´POLICIAIS MILITARES E BOMBEIROS, JÁ QUE TAL ABONO JÁ É DE DIREITO A TODOS OS DEMAIS TRABALHADORES BRASILEIROS. VÃO DIZER QUE NÃO TEMOS DIREITO, NÃO FAZEMOS JÚS, NO ENTANTO O ART.41 DA CARTA MAGNA CONST, QUE PERTENCEMOS A UMA CLASSE ESPECIAL, MAS JÁ NOS INCLUIRAM NA PREVIDÊNCIA JUNTO COM OS DEMAIS TRABALHADORES DO ESTADO.ACRE/PREVIDÊNCIA;EM PRINCÍPIO NÃO PODERIA NO ENTANTO FIZERAM, QUANDO É PARA RETIRAR DIREITOS PODE, MAS PARA INCLUIR OUTROS DIREITOS, DAÍ NÃO PODE, ESTE É O P.T.!!!!!!!!

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  7. Vergonhoso Partido dos Escravocratas!!!

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  8. Ame, quando começa funcionar o "Banco de horas"? A Expoacre tem que ser computada!!!

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  9. Precisamos acabar mesmo é com esta coisa de ter que trabalhar e deppois seremos recompensados, estou aqui a 18 anos e nunca vi ser recompensado pelo trabalho prestado, muito pelo contrário quando somos recompensados é com mais uma hora extra que vai pro esquecimento, inclusive tem PO que dura até 12 horas e isso é um absurdo, temos que aprovar o quanto antes o BANCO DE HORAS, vamos lá AME....

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  10. Sei que os companheiro do BOPE são filiados a AME, mas tem uma tal de OPERAÇÃO, que tira qualquer um do sério, tenho um amigo de lá que me disse que a tropa tira porque se não é transferido e perde o bendito soldo, o que tem ajudado e muito aqueles que ganham, inclusive ele me disse que em quase todas as reuniões do BOPE este benditosoldo é lançado em rosto, se é verdade precisa mudar esta idéia, e aprovarmos logo este BANCO DE HORAS, para não termos que ouvir mais este tipo de comentário. AME contem conosco estamos juntos até a última hora.

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  11. Ê governo do PT... A coisa tá ficando ruim pra você...

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  12. Obrigado pela reprodução de meu texto, amigo, seja você quem for.

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