sábado, 29 de agosto de 2009

Notícia publicada no jornal A Gazeta

Bombeiros não têm escada para apagar incêndio
Era o ano de 1992, precisamente no dia 30 de abril, quando um incêndio destruiu parte do prédio da Aleac e só não vitimou várias pessoas por conta da ação heróica de alguns bombeiros. Não retirando o mérito dos “soldados do fogo”, mas muitas queimaduras poderiam ter sido evitadas se o Corpo de Bombeiros do Acre (CBM) já possuísse uma estrutura maior de equipamentos para agir no controle das chamas. Trata-se da escada ou mesmo da plataforma mecanizada de alto alcance (mais de 60m), instalada no caminhão-viatura. E o pior não é saber que não havia tais ferramentas, e sim que até hoje esta estrutura ainda não foi disponibilizada pelo Governo.
Isto significa que qualquer construção com altura supe-rior a 10 metros (algo equivalente a 4 ou 5 andares) já apresentaria uma dificuldade na extinção do fogo ou salvamento de pessoas tão grande quanto foi na Assembléia Legislativa. E estes edifícios já não estão em quantidades tão pequenas como há 17 anos. Segundo dados do CBM/AC, os prédios com mais de 9 e 10 andares em Rio Branco já ultrapassam, no mínimo, a faixa dos 40, sem mencionar os outros considerados de difícil acesso. Caso houvesse um grande incêndio em um deles, sabe-se lá o que aconteceria.
São números desanimadores para os moradores do topo de condomínios. Porém, piores ainda para a cidade. Já se tornou quase um dito popular a tendência de que quando não há mais espaço para crescer para os lados, o jeito é ampliar para cima. Definitivamente, Rio Branco ainda não entrou neste estágio de crescimento, mas também não significa que a Capital não esteja chegando lá. Por tal razão, é importante criar a estrutura capaz de suportar essa evolução. E nada melhor do que a segurança básica como primeiro passo para este processo.
“A escada ou a plataforma são dois objetos que seriam muito importantes, pois são meios efetivos de garantir mais segurança à parcela da população que encontra-se nestes locais de difícil acesso. A falta deles é um problema sério e que coloca em risco tanto os bombeiros que agem no salvamento, como as pessoas. Além disso, ambos os equipamentos têm várias outras utilidades. Servem para facilitar a chegada à base de incêndios de proporções horizontais, atravessar obstáculos, evitar queimaduras, proporcionam mais segurança aos bombeiros, ajudam a içar animais em árvores, entre outras coisas”, explicou o major dos Bombeiros, Eudemir Bezerra.
A escada mecanizada pode ser diferenciada da plataforma de acordo com a sua função primordial. Enquanto a primeira é utilizada para a retirada de pessoas do alto de prédios de modo ágil, a plataforma é usada para o transporte seguro do bombeiro até os pontos de concentração do fogo. Em outras palavras, as duas ferramentas compõem a base do conjunto de resgate e controle de fogo em prédios altos.
As medidas adotadas para diminuir os riscos No sentido de amenizar a falta dos equipamentos disponíveis ao CBM/AC para atuar em locais com mais de 10m de altura, os edifícios possuem, além da planta de construção, um 2º projeto de combate a incêndios e pânico. Neste plano, é determinada uma série de medidas necessárias para garantir a fuga dos presentes em caso de incêndio. Item por item é avaliado por especialistas e, teoricamente, só após a concessão desta licença é que estariam livres as obras do prédio. Inclusive, é com este certificado que as seguradoras concedem apólices ou autoridades se instalam em algum lugar.
Conforme o major Eudemir Bezerra, tais especificações são qualificadas em duas catego-rias: a de alerta e a de combate. O primeiro grupo consiste nos sistemas de alarmes. Já o segundo é mais extenso, compreende extintores, hidrantes, iluminações e sinalizações de emergência por todo o edifício.
“Alem disso, os prédios possuem escada de emergência como meio de fuga, grampos de ancoragem às escadas de corda para descer pessoas e uma reserva especial de água para o controle do fogo. Para assegurar o funcionamento, os Bombeiros conferem todos os equipamentos em cada prédio e expedem um atestado de autorização. Outro ponto importante foi à lei de julho do ano passado (2.009/08) que garante que a corporação treine os moradores a fazer bom uso desse material. Ainda não conseguimos fazer um treinamento em larga escala, mas estamos aos poucos chegando lá”, contou.
Vale insistir no fato de que tratam-se apenas de medidas adotadas para minimizar a situa-ção. No caso de um incêndio de grandes proporções, iniciado no interior dos últimos andares, a estrutura superior dos prédios e a vida de dezenas de pessoas poderiam estar seriamente ameaçadas, sem contar que a exposição à fumaça, quanto mais direta e duradoura for, pode causar mais danos permanentes à saúde. “São componentes que, em tese, tornam o local mais seguro, porém, precisam ser somados a atuação imediata dos Bombeiros. Só que não há como agir de modo ágil nestes locais. Portanto, pode-se dizer que em viaturas e outros materiais o CBM está bem servido. Conter fogo em casas e prédios baixos, mas não largos, é algo até fácil. No entanto, ainda falta a escada e a plataforma mecanizada para atender melhor as estruturas mais altas”, salientou o major. Será que vale a pena arriscar vidas em função do que é “teoricamente” eficaz?
Autor: TIAGO MARTINELLO

Um comentário:

  1. ASSIM COMO A POLÍCIA MILITAR NECESSITA DE MAIOR EFETIVO E VIATURAS PARA MELHOR CUMPRIR A MISSÃO DE SEGURANÇA PÚBLICA, O CORPO DE BOMBEIROS MILITAR, TAMBÉM NECESSITA SER MELHOR EQUIPADO, INCLUSIVE COM A AQUISIÇÃO DE VEÍCULO COM ESCADA E PLATAFORMA QUE LHES PROPORCIONEM CONDIÇÕES PARA DEBELAR O FOGO EM PRÉDIOS, BEM COMO PARA SALVAR AS PESSOAS ATINGIDAS PELOS TERRÍVEIS INCÊNDIOS. O HELICÓPTERO TAMBÉM SERÁ BENVINDO E PODERÁ AJUDAR EM RESGATES, ETC, ETC,
    POR ISSO O FILÓSOFO REPETE: "MULHER BONITA, POLÍCIA E BOMBEIROS SÓ TEM QUEM PODE!"

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