MEMÓRIAS DE UM SOLDADO DE MILÍCIAS
Por Policial Anônimo
Dirijo-me a vocês inicialmente, escondendo meu nome, pois posso ser punido se descobrirem quem vos enviou isso. Quando estamos em uma universidade somos ensinados a nos mostrar e dizer o que podemos fazer pelo mundo tendo pensamento próprio, mas quando fazemos parte de uma instituição militar, somos apenas número para a população, mas de público venho informar que me incomoda muito, ter que manifestar meu pensamento de forma escondida sem poder mostrar o que penso ou aquilo que sei, gostaria muito de poder participar de uma mesa redonda com o Comandante Geral da PM, com o Diretor Geral da Policia Civil, com a Secretária de Segurança e também com o Governador, pois sou Soldado da Policia Militar do Acre e na graduação inicial dentro desse militarismo absurdo e ultrapassado que existe aqui, temos sempre que estar sendo “comandados” por algum graduado mais antigo mesmo que este, sequer tenha controle sobre a própria residência, muito menos para lidar com uma guarnição e os problemas da comunidade, saber que trabalho em um setor do Estado que se torna igual uma secretaria qualquer do governo, como aquelas que algumas senhoras passam o dia inteiro fazendo as unhas e se maquiando e atendendo mal á população. Trabalho numa instituição que virou secretaria de Estado, e que devido á influencia do Governo,os comandantes se preocupam em somente mostrar uma aparência que não existe,sacrificando muito o policial que realmente executa esse serviço. ESSA NÃO É A POLICIA QUE EU ESCOLHI PARA TRABALHAR.
O Serviço de Radio Patrulha é o que deveria ser mais bem equipado e sempre estar pronto para todas as situações, pois é quem diretamente atende á população, porem o que vemos é totalmente contrário, temos alguns graduados que, comandam guarnições de rua e que fazem questão de se esquivar de atender as situações que são repassadas e quando são questionados sobre suas ações, culpam diretamente seus superiores pelas escalas apertadas, falta de folga e incentivo ao serviço, muitos assumem seus plantões apenas tirando as faltas, sem ter qualquer informação nem sequer da guarnição que estava saindo. Entrei na corporação em um período que serviço de rua tinha respeito e era valorizado até mesmo por aqueles que estavam á margem da sociedade, porém hoje vemos uma situação desesperadora, pois as Radio Patrulhas assumem o serviço apenas com (02)dois componentes e muitas vezes são responsáveis por uma área imensa de patrulhamento, o que está ocasionando um combate mais deficiente ao crime, fazendo com que o meliante enfrente a guarnição como já vimos muitos fatos relacionados á isso nos noticiários de televisão. ESSA NÃO É A POLICIA QUE EU ESCOLHI PARA TRABALHAR.
Nossos superiores que deveriam nos direcionar sobre as ações operacionais, sequer conversam conosco antes de assumirmos o serviço pela manhã ou á noite, porém, cobrança é o que não falta. A falta de segurança para os moradores do bairro Bosque, por exemplo, onde existe apenas uma “RP” para atuar em toda aquela área e somente durante o dia, pois a noite é inexistente. Quando falamos em noite, consideremos a estatística do serviço noturno, pois após ser obrigatório que o policiamento de Radio Patrulha utilizasse em seu patrulhamento, o GIROFLEX ligado por toda a noite, caíram expressivamente os flagrantes, pois para o Governo é satisfatório ver que a policia está nas ruas, pois são visíveis, porem não existe retorno de ação tendo em vista que também o meliante tem visibilidade com o serviço policial. ESSA NÃO É A POLICIA QUE EU ESCOLHI PARA TRABALHAR.
Ainda falando sobre o serviço de Radio Patrulha, nos foi mostrado um estudo feito por algum oficial prestativo em seus serviços que definia que o melhor policiamento era aquele em que a Radio Patrulha tinha apenas dois componentes, na qual agilizava as atuações e tinha muito mais policiais nas ruas e também viaturas, porém com o passar do tempo, percebemos que a situação complicou-se muito mais, pois agora o meliante acha-se no direito de enfrentar o “Braço Armado do Estado” o que se tornou muito difícil para alguns policiais, pois agora teriam que optar entre enfrentar fisicamente o infrator ou ter que fazer uso de sua arma de fogo, mesmo que esse infrator fosse até um menor, pois a famosa PISTOLA TASER tão falado pelo governo não é pra quem atende ocorrências, e sim para o oficial supervisor e para operacionais do BOPE, porém o governo e o Comandante Geral se esqueceram que esses não atendem ocorrências, não estão de frente com a criminalidade, e quem diretamente atende, ainda não viu a forma de se manusear essa pistola ou sequer pegou na mesma. ESSA NÃO É A POLICIA QUE EU ESCOLHI PARA TRABALHAR.
Após toda essa celeuma sobre o reajuste dos Policiais e Bombeiros Militares do Estado Acre, se é que podemos chamar isso de reajuste, é possível tirar algumas conclusões seguras sobre o nosso sistema de segurança, conclusões essas que passarei a externar justificando meus pontos de vista. ESSA NÃO É A POLICIA QUE EU ESCOLHI PARA TRABALHAR.
Não tenho duvida que segurança nunca foi prioridade para os governadores acreanos, principalmente nos últimos 12 anos. Em razão dessa visão míope dos nossos governantes o Acre atravessa uma grave onda de insegurança. Poucos são aqueles que ainda não foram vítimas da ação de criminosos, que estão cada vez mais ousados e violentos. ESSA NÃO É A POLICIA QUE EU ESCOLHI PARA TRABALHAR.
Enquanto nossas autoridades não cuidam das nossas polícias, não organizam, investem e valorizam os servidores que atuam nessa área, observamos impotente o surgimento de organizações criminosas cada vez mais bem equipadas e organizadas. Até quando nossos governantes vão ficar esperando o surgimento de um PCC da floresta, de um comando verde ou coisa semelhante?Quando o governo do Acre destina mais de 15 milhões para gastar com marketing e pouco mais de 3 milhões para o órgão responsável para realizar o policiamento preventivo (Polícia Militar) sou forçado a acreditar que esse mesmo governo está mais preocupado em maquiar a verdade do que solucionar os graves problemas que estamos vivenciando. ESSA NÃO É A POLICIA QUE EU ESCOLHI PARA TRABALHAR.
Seguindo-se essa linha de investimentos públicos, com a mais absoluta certeza, o Acre será o melhor lugar do mundo para os donos dos veículos de comunicações e para os criminosos. Os empresários favorecidos com as gordas subvenções públicas e os criminosos enriquecendo devido ao descaso governamental com a segurança dos acreanos. ESSA NÃO É A POLICIA QUE EU ESCOLHI PARA TRABALHAR.
Quando Policiais e Bombeiros Militares vão às ruas para pedir melhoria de salários e de condições de trabalho constata-se que além da falta de valorização profissional esses profissionais não dispõem das condições necessárias para prestar um serviço de qualidade ao povo do nosso Estado. ESSA NÃO É A POLICIA QUE EU ESCOLHI PARA TRABALHAR.
Ainda sobre esse movimento que buscava um reajuste nos salários e que contou com a presença de familiares de militares, centenas soldados, cabos, sargentos e alguns oficiais, nota-se claramente que o assessor político do governo tratou de armar uma vingançinha contra àqueles que participaram do “movimento”. Quando elaborou a tabela de “reajuste” salarial o governo concedeu quase 30% para os coronéis e tenentes coronéis, já para o restante da tropa o reajuste foi inferior aos dois dígitos. ESSA NÃO É A POLICIA QUE EU ESCOLHI PARA TRABALHAR.
Com a efetivação dessa tabela salarial discriminatória o governo deixa claro que não tem intenção nenhuma de valorizar ou reconhecer o trabalho da tropa. O reconhecimento veio somente para aqueles que estão sentados atrás de uma escrivaninha e dentro dos gabinetes. Está claro ainda o motivo pelo qual o governo desprezou majores, subtenentes e 3º Sargentos. Justamente esses postos e graduações são os mesmos dos principais lideres da AME/AC. Não tenho dúvida que essa foi mais uma forma de perseguir aqueles que ousaram buscar melhorias para nossos Policiais e Bombeiros Militares. O assessor Francisco Nepomuceno, “Carioca”, ainda tentou se justificar dizendo que essa diferença foi motivada para corrigir antigas distorções. Tal afirmação equivocada não encontra amparo na verdade, não resistindo a mais singela analise. Basta olhar a tabela para perceber que ela não corrigiu nada, apenas criou um abismo entre os coronéis e tenentes coronéis e o restante dos militares. Essa “negociação” salarial serviu para mostrar a face desse governo e suas reais intenções para os Militares Estaduais. Além da perda de direitos conquistados sobrou ainda cadeia e miséria para a tropa. ESSA NÃO É A POLICIA QUE ESCOLHI PARA TRABALHAR.
É bom salientar que nós Policiais Militares, não buscamos luxo ou mordomias, não temos planos de saúde e nossos filhos não estão matriculados em escolas particulares, não queremos incluir no nosso cardápio filé ou caviar.Queremos somente viver e dar um pouco de conforto para os nossos dependentes. Por eles é que sacrificamos nossa mirrada folga e até mesmo a saúde trabalhando nos “bicos”. Eles merecem muito mais. Todos os dias, quando saímos pra trabalhar, nos despedimos das nossas famílias sem saber se ao final do serviço vamos poder retornar para os nossos lares. Sem saber se vamos ficar presos nos quartéis pela decisão inquestionável de um comandante que não estava conosco na ocorrência. Sem saber se vamos ser denunciados pelo MP ou se vamos voltar vivos. E isso tudo ainda não é suficiente para compensar os muitos momentos de ausência em razão da nossa missão.
A policia que eu escolhi para trabalhar teria que ser assim:
· Todo policial deveria ter um salário adequado para viver com sua família evitando serviços extras de segurança, também com condições de trabalho, incluindo armamento apropriado, viaturas preparadas, cursos de capacitação e escalas adequadas.
· Receber informação de seus superiores e seus pares sobre o serviço anterior ao seu plantão, sabendo como estava a cidade.
· As audiências na justiça contassem como serviço e que fosse respeitada a devida folga ao policial quando este fosse em audiência judicial.
· Receber informação de seus superiores e seus pares sobre o serviço anterior ao seu plantão, sabendo como estava a cidade.
· As audiências na justiça contassem como serviço e que fosse respeitada a devida folga ao policial quando este fosse em audiência judicial.
Esse comentário foi a pura e mais singela forma de expressão de tudo aquilo que nós praças tinhamos vontade de falar, e que não tínhamos condições de botar num papel o nosso sentimento. Parabéns pelo fortuito cometário, pena que esse desabafo não chega nas mãos da imprensa escrita e falada, para externar o sentimento de toda a tropa com essa situação que está aí.
ResponderExcluirMeu caro internauta Anonimo,primeiro você não quer mudar nada. Se quizesse começava se identificando. Está com medo de que? Segundo, enquanto tivermos um comandante sendo bem pago pelo Governo para defender os interesse do governo, vai ser sempre assim, e você sabe disso. Terceiro, no passado foi assim, hoje está sendo assim, e no futuro vai ser assim, ou não? Então meu camarada estude e passe em outro concurso enquanto é cedo, senão mais tarde você vai estar mais revoltado, ai não tem mais tempo para mudar. Estou há 23 anos nesta Instituição e te confesso que quando fui fazer o CFO pensava diferente, até porque os tempos eram outros, valia a pena. Agora tudo mudou. Não dá mais para mostrar serviço não companheiro. De uma hora pra outra você se transforma em vitima. Ai vai tudo de aguas abaixo. Suas promoções vão pro pau e você começa a levar o pior de tudo, ou seja, CANGALHA.Ai toda tesão, vibração, interesse, que você tinha se acaba. Tudo desanda. Meu recado está dado e parabens pelo seu texto e se continuar na PM, procure se acostumar com isso.
ResponderExcluirEssa não é a polícia que ESCOLHEMOS para trabalhar!
ResponderExcluirA PM é um problema para a sociedade e para os governos. Ela é fruto da ditadura militar e até o final da década de 1990, a maioria dos seus recursos humanos eram assassinos, bêbados, drogados, traficantes e agiotas. É uma polícia que NUNCA realizou SEGURANÇA PÚBLICA, porque realizava SEGURANÇA NACIONAL. O afastamento entre polícia e sociedade, numa Democracia, fatalmente provoca o fim da primeira. Viva o novo! Desmilitarização, unificação e profissionalização dos policiais estaduais, JÁ!
GOSTARIA DE PARABENIZAR O COMPANHEIRO QUE ESCREVEU O TEXTO A CIMA. E, AO MESMO TEMPO DISCORDAR DA COLOCAÇÃO DO OUTRO COMPANHEIRO. ENQUANTO UM PRAÇA FAZ SUA REFLEXÃO SOBRE A PROBLEMÁTICA DA SEGURANÇA PÚBLICA, O OFICIAL SOMENTE EXTRAVAZA SUA FRUSTRAÇÃO PESSOAL DEMONSTRADA CLARAMENTE PELO RANSO DE SUAS PALAVRAS. COMEÇA SUA OPINIÃO EXIGINDO QUE O COMPANHEIRO SE IDENTIFIQUE, AINDA QUE ELE PRÓPRIO NÃO TENHA SE IDENTIFICADO (TENHA PACIÊNCIA SENHOR OFICIAL, EM UM SISTEMA OPRESSOR E REPRESSOR, NÃO PODEMOS NOS IDENTIFICAR, SE NÃO, O SENHOR TAMBÉM TERIA SE IDENTIFICADO). PRECISAMOS DE MILICIANOS COM ESSA VISÃO DE MUDANÇA, POIS SÓ ASSIM INICIAREMOS UM PROCESSO DE MUDANÇAS. PARABÉS PELA VALORIZAÇÃO DE SUA PROFIÇÃO.
ResponderExcluirCinco razões para detestar ser policial militar
ResponderExcluirRazão UM: Queria Deus que eu esteja errado! A pior parte de ser da polícia militar é o militarismo. Em parte porque esse traço sempre representou uma arma contra o próprio militar. O militar é contra tudo e todos, o que não o libera de ser contra si mesmo ou contra seus semelhantes. Nada mais contraditório do que servir ao Estado e tê-lo contra você. Em toda a História da humanidade, não há um único exemplo em que ‘o militar’ tenha agido e não tenha pecado de alguma forma, pelo excesso ou pela falta. A farda tem uma simbologia singularmente paradoxal. É um misto de controle ao outro e autocontrole. O protesto alheio é reprimido pela força policial em defesa do Estado, e este invalida as ações da polícia com base na Lei e contra a própria polícia, que é quem é responsável por fazê-la cumprir; talvez seja essa a razão de o militar não ter vez com o governo. E muito se ouve que o poste não pode fazer xixi no cachorro. E o militarismo amordaça o militar e dilui nele a democracia e – por vezes até – o trancafia atrás das grades como um meliante. O militar tem dois fardos a carregar, a hierarquia e a disciplina.
Razão DOIS: o povo. A relação da polícia com o povo é como uma faca de dois gumes. Alguém sempre sai perdendo nesse embate. Em meio à população, há de tudo: pais de família, trabalhadores, homens de bem, pessoas de boa índole, estudantes, menores, grupos vulneráveis, doentes e incapazes, e os que reúnem um pouquinho de tudo. Ao que parece, só não tem bandido. Todos, na intenção de demonstrar sua indignação, gritam aos quatros cantos do mundo que não são isto, não são aquilo ou que são assim ou daquele jeito. À polícia cabe a ação. E, se ela não age, erra pois foi chamada para agir e, se não ia fazer nada, para que foi até lá(?); se age, erra também porque exagera. Se não ia dar flores, também não precisava ser grosseiro(!). É chamada para controlar. E quando controla, aparecem especialistas de todas as brechas para criticar. O povo está quase sempre contra, pois é do seu meio que provém toda a mazela da vivência humana. E, quem quer ser a mazela? Quem admite ser pai, mãe de uma ou ser a materialização da mazela? Quem quer ser a ‘pessoalização’ do que é ruim no meio social? Daí a se compreender o porquê da relação pífia entre polícia e sociedade...
Razão TRÊS: a justiça. Povo, Estado e justiça estão sempre aliados contra a polícia. O judiciário é quase inócuo quando o assunto é o direito do policial nas situações-problema geradas pelo serviço. Não há apoio. Não é feito o mínimo para compreender que quem está em desvantagem no confronto armado contra o crime organizado é o agente, porque tem muito a perder e deve esperar o primeiro tiro (que pode ser fatal) para contra-atacar.
Texto oriundo do blog do CAPITÃO MANO-Sergipano
No juramento de formatura da polícia, o agente diz defender a sociedade ainda que com o sacrifício da própria vida. Quanto vale esse sacrifício? Um juiz se sacrificaria pelo salário que ganha? E os políticos, se tivessem que morrer em nome do benefício popular, assim o fariam? A valorização da força policial tem que começar na própria instituição, o comando tem que se ater a PESSOA do militar e não com o vinco da farda ou a cobertura. Isso é secundário. A valorização pelo estado e pela justiça é utópica, mas seria a ideal. O povo? Esse nunca vai valorizar quem o reprime. Se alguém invade sua privacidade, logo pensa na ajuda policial; a polícia – nesse instante – é tudo que ela mais precisava. Se protesta, e o governo convoca a polícia; aí o diabo vira anjo e os praças, diabos. E se tornam as mais repugnantes criaturas do mundo. Em suma, o serviço policial é em si contraditório e nunca se ajustarão as relações entre Estado, povo e polícia. A base da valorização do trabalhador é um bom salário, que faça valer o tempo e o esforço que dedica à prática laboral, no caso do policial, que faça valer o risco. Caso contrário, não é justo.
ResponderExcluirO que consola é que a fé e a esperança são bases da existência humana. E, queira ou não, o militar é HUMANO, escondido atrás de uma farda (indumentária institucional apenas), mas é humano e também as traz em si, e são elas que os faz continuar, ainda que com todos os impedimentos. E tais virtudes fazem o militar crer que alguém, algum dia, vai ter uma luz e acordar para a sua situação e mudar tudo, para melhor. E ninguém mais vai ter razão para detestar ser da Briosa.
Texto oriundo do blog do CAPITÃO MANO-Sergipano
Continuando as cinco razões para detestar ser policial militar
ResponderExcluirO povo e o Estado vivem uma relação de amor e ódio. Um mendigando o que lhe é de direito e penando socialmente, e o outro se omitindo quanto ao cumprimento de suas obrigações, das leis que cria para ludibriar o cidadão, desconsiderando sua necessidade.
O que dizer da Constituição? A justiça, assim como o Estado, depende da polícia para ter suas ações legitimadas; ações judiciais e estatais seriam validadas frente ao povo por quem, senão pela força policial? Porém, nem juiz nem governador veem isso, e – se veem – fingem não ver. Há muito, a polícia não tem o respeito da população, jamais teve do Estado, porque patrão não respeita empregado nem justiça nenhuma comunga com ela. É uma relação triangular contraditória e injusta e a corda sempre arrebenta do lado mais fraco; neste caso, de quem não pode se manifestar porque contraria o regimento.
Razão QUATRO: Os Direitos Humanos. Policial militar é militar, não é humano. Quando começa a vida de militar ainda aluno-recruta, é tratado por bicho. Na intenção de recrudescer a ‘pessoa civil’ para torná-lo ‘um militar de verdade’, o treinamento beira a inconsequência desumana; são pressões psicológicas, situações de estresse físico, humilhações e outras torpezas, buscando preparar o recruta para a vida a pronto, para poder estar frente a frente com o perigo e não amarelar nem colar as placas. O que resulta disso tudo, em alguns casos, se vê pelas ruas e nos noticiários. O militar passa a não ser humano e a viver entre eles. Talvez seja por esse motivo que quando um deles é trucidado, faz-se o enterro, dá-se uma salva de tiros e se põe a farda em outro. Muitas vezes a morte de um agente passa em branco.
O jornalismo não acha interessante relatar o fato de um qualquer fardado e a serviço do Estado (recebe para isso) ser assassinado, às vezes com requintes de crueldade, e os Direito Humanos jamais se manifestam. Entretanto, se morre um vagabundo, viciado, traficante, ladrão ou assassino, esse logo vira estudante, e o policial bandido fardado. Os Direitos Humanos se põem na defesa do ‘ser humano’, o povo julga a polícia e os juízes batem em seus birôs e proferem falas do alto de suas magistraturas impecavelmente incorruptíveis e condenam a instituição à desmoralização.
Quinta e última razão (para não entristecer mais): a valorização. Quanto vale a vida de um juiz? A de um professor? Quanto vale a de um trabalhador da indústria petrolífera, que corre perigo constante de acidente? Quanto valem a saúde e a vida de quem trabalha com radiação e outros produtos químicos? Quanto vale a vida de um político, de um gerente de banco? E a de um policial militar? É certo que definir valor para a vida de quem quer que seja é impossível. É certo também que cada um tem sua parcela de colaboração na construção de uma sociedade justa e ambiente habitável. Mas, o que justifica um juiz ganhar infinitamente mais que um professor? A partir desse questionamento surgirão muitas respostas nas cabeças de todos, que se explicarão com base em fatores como formação, cargo, investimento e etc. Mas, o que justifica tal disparidade? Um juiz é graduado, é doutor, estuda muito e sua educação escolástica teve origem numa escola, reduto do professor, que também é graduado, doutor, estuda muito, lida na relação interpessoal com o alunado e forma cidadãos. O que o faz inferior? Por que um professor pós-doutor (e que forma juizes) não ganha metade do que um juiz?
"Tesão, vibração, interesse"? Esse estrela tá de gozação? Se o corpo está mal é porque a cabeça está doente!!!
ResponderExcluir"Mens sana in corpore sano!"
Nós nunca vamos nos acostumar com as duas polícias que existem dentro da PM! A dos oficiais não é a dos praças!
E esse governo também incompetente e despreparado para o assunto segurança pública, não corrige nada! A segurança é o calcanhar de aquiles dos governos estaduais brasileiros! Te cuida PT, ano que vem tem eleição!
Se a consciência coletiva da sociedade decidir, será o fim para vcs... Tomara...
Dá pra mostrar serviço, sim, mas do jeito certo! Esse estrela tá com saudades do tempo em que a polícia torturava e matava à vontade. Isso passou! Os policiais vem da sociedade civil é lá nascemos e lá também ganhamos os direitos que nos acompanham por toda a vida, exceto quando somos militares!
ResponderExcluirTá ruim né estrela? Bons tempos aqueles em que o cara(oficial) só mandava em analfabetos que obedeciam cegamente! Agora se exige que vc (oficial) trabalhe dois expedientes pelo menos três vezes por semana!!! Que dureza!!! Era tão bom... Agora tem que pensar pra resolver problemas da segurança e cá entre nós, são duas coisas raras na PM: pensar e resolver problemas!
A POLICIA QUE O COMPANHEIRO GOSTARIA DE TRABALHAR INFELIZMENTE NÃO EXISTE, POIS ELE SENDO SOLDADO, GOSTARIA DE ESTAR EM UMA MESA REDONDA COM O COMANDANTE DA PM, COM O DIRETOR DA POLICIA CIVIL, COM A SECRETÁRIA DE SEGURANÇA PÚBLICA E COM O GOVERNADOR DO ESTADO, ORA BOLAS ISTO NÃO EXISTE EM NENHUM LUGAR DO MUNDO, HIERARQUIA É HIERARQUIA, TEMOS TODOS QUE SUBIR OS DEGRAUS DO CONHECIMENTO PARA CHEGAR AO ÁPICE!
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