Em negociação

Militares estaduais negociam aumento salarial com Governo do Estado

Representantes dos militares estaduais (PM e Corpo de Bombeiros) estiveram reunidos por quase duas horas com a cúpula da Segurança Pública do Estado na tarde desta sexta-feira, dia 07, no Palácio das Secretárias.

Na pauta dos militares estava a defasagem salarial cujas perdas tornam a categoria uma das mais mal remuneradas do país, ocupando a 21ª posição entre os 27 estados.

A conversa transcorreu em harmonia. O secretário de Segurança, Ildor Graebner, e sua equipe ouviram a reivindicação da categoria apresentada pelo deputado eleito Major Wherles Rocha. Graebner firmou o compromisso de levar a questão ao governador Tião Viana para providenciar a formação de uma equipe para negociação.

“Estamos em um momento de transição e ainda precisamos nos adaptar. Mas vamos levar essa conversa ao conhecimento do governador. Ainda não podemos firmar uma data para o início das negociações, mas é certo que estaremos sempre prontos para ouvir os anseios dos militares”, afirmou Graebner.

Embora não tenha especificado uma data, a previsão é de que ainda este mês os militares tenham uma posição mais clara do governo quanto ao início das negociações.

A remuneração atual de um soldado em início de carreira no Acre é de cerca de R$ 1.800,00 (um mil e oitocentos reais), muito inferior aos salários pagos por estados como Sergipe cuja remuneração é de R$ 3.200 (três mil e duzentos reais) e Paraná e Distrito Federal que chegam a cinco mil reais. Existe um projeto dos militares do Brasil para que seja estabelecido um piso nacional alçado em R$ 3.200 reais, totalmente em consonância ao que está sendo solicitado pela categoria acriana.

Além do aumento salarial, o desejo dos militares também recai sobre a fixação de uma remuneração de parcela única, o que implica na extinção das gratificações para o estabelecimento de um soldo único. Segundo a categoria, todo aumento realizado pelo governo leva em consideração o soldo sem as gratificações que hoje corresponde a R$ 512,91 (quinhentos e doze reais e noventa e um centavos) para um soldado. Assim quando o governo afirma que realizou um aumento de 10%, isso não representa muito para os militares.

“O governo fez bons investimentos nos últimos anos na PM e no Corpo de Bombeiros depois que manifestamos descontentamentos. Eles esqueceram, porém, de valorizar o policial através de um salário melhor. Os militares foram, praticamente, a única categoria que não brigou por salário efetivamente no Acre, talvez por isso estejamos muito atrasados frente aos demais estados do Brasil”, declarou o deputado estadual Wherles Rocha, um dos líderes da categoria.

É possível que com o aumento salarial, ter nível superior seja um dos requisitos para entrar na PM e no Corpo de Bombeiros nos próximos concursos.

Relatório realizado por um Bombeiro Militar

Lideranças dos Militares Estaduais têm Primeiro Contato com Secretário de Segurança Pública – IIdor Reni Graebner

Na terça-feira, em reunião com diversas lideranças da PM e do CB, incluindo os dois parlamentares acrianos representantes dos militares, com o Secretário de Articulação Institucional ficou acordado com o Governo que no dia seguinte seria feito contato com o Deputado Major Rocha para início efetivo de negociação de reajuste salarial.

Como o contato não foi feito pelo Professor Rego (Articulação Institucional), o Deputado entrou em contato diretamente com a Secretária de Estado de Segurança Pública, liderada pelo ex-superintendente da Polícia Federal no Acre, IIdor Reni Graebner. Logo, nesta sexta-feira, dia 7 de janeiro, às 14h00min. o Secretário recebeu uma comitiva formada de militares estaduais, incluindo o Deputado Major Rocha (solicitante da reunião).

Representando o Governo estavam também o Professor da Universidade Federal do Acre Ermício Sena e mais dois assessores. Por outro lado, pela categoria estavam presentes membros do Clube de ST e SGT e de CB e SD da PMAC, além de grande parte da Diretoria recém-eleita da APRABMAC e uma representante da CBSAÚDE.

Durante as falas dos membros do Governo foi perceptível que a transição ainda está em andamento, que muitas funções na Secretaria de Segurança Pública ainda não estão definidas. Falta ainda entrosamento na equipe, talvez pela sua recente formação. Foi indagado por um dos presentes o porquê dessa indefinição que compromete o dia certo para inicio real das negociações salariais tendo em vista que a Frente Popular domina o Governo do Estado há três mandatos consecutivos entre si. Infelizmente, mesmo após outro integrante da comissão questionar a incerteza nos nomes dos assessores que negociariam pelo Governo e protestar por um calendário concreto e próximo de negociação não houve uma resposta precisa.

Como todo o secretariado do Governo viajará para Cruzeiro do Sul ainda esta semana, foi acordado que durante a próxima semana o Deputado Major Rocha seria informado da data-início efetivo de negociação pela conquista da reposição salarial.

Deve ser destacada a cortesia com que a comissão foi recebida, fato impensável durante a gestão governamental anterior. Também deve ser destacado que os membros da comissão aproveitaram a ocasião para pontuar diversas peculiaridades do cotidiano militar. Falou-se, pela PM e CB, sobre excesso de jornada semanal de trabalho, desvios de função, efetivo reduzido, desmotivação pela desvalorização salarial e na carreira, funcionamento de quartéis operacionais sem estrutura de equipamentos e com deficiência de recursos humanos etc.

Também foi ressaltado pelo próprio Deputado Major Rocha que embora o mesmo seja da oposição, ele não quer atrapalhar o relacionamento Governo-Servidor, porém, as reivindicações mencionadas são justas e terão a devida atenção de um parlamentar que foi eleito para representar os militares estaduais. Aquilo que o Governo fizer de bom para a tropa será reconhecido. Onde houver falhas haverá cobrança, legítima no regime democrático.

Por fim, ressalte-se que não adiantará nada se o novo (atual) Governo continuar a receber os representantes com cordialidade, mas não atender concreta e satisfatoriamente as propostas de reposição salarial.