Para Hermínio, o governador Confúcio Moura (PMDB) vem errando em uma série de ações, mas no caso da Polícia Militar ele estava certo.
Um impasse cuja solução parecia cada vez mais distante foi resolvida de forma pacífica e organizada. Assim foi o movimento paredista da Polícia Militar apoiado por esposas de policiais e familiares que culminou com a conquista do início da recuperação das perdas salariais da categoria.
Na última semana parecia que a situação não seria resolvida tão cedo. O governo havia feito uma proposta de 12,6%, a serem divididos em três parcelas, mas dentro da tropa circulava a informação que a primeira proposta era de 24% e que o governo havia recuado o que não era verdade. No interior a informação era ainda mais distorcida e falava-se em 44%, um número longe da realidade e era na verdade o valor que a PM desejava.
No último domingo (11), o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Hermínio Coelho (PSD) foi a Cacoal conversar com as esposas dos policiais do interior, para tentar chegar a um entendimento. Oriundo do movimento sindical onde militou por anos, o parlamentar sempre esteve à frente das mesas de negociações e conseguiu esclarecer uma série de dúvidas que existia a respeito da proposta do governo.
Para Hermínio, o governador Confúcio Moura (PMDB) vem errando em uma série de ações, mas no caso da Polícia Militar ele estava certo. “Antes de sentar para negociar, é preciso conhecer a real capacidade de endividamento do Estado. Para falar em 40% de reajuste é necessário conhecer o orçamento e fazer um cálculo sobre as perdas reais. É claro que a gente sabe que o policial, assim como muitas categorias no País são mal remuneradas, mas não podemos sufocar o orçamento, porque a coisa vira um efeito dominó. Se der 40% para um, tem que reajustar para todos e a gente sabe que isso é praticamente impossível”, disse Hermínio.
Após a reunião em Cacoal, as esposas dos policiais viajaram a Porto Velho para uma reunião com o governador Confúcio Moura e com Hermínio Coelhona sede da OAB. Durante mais de uma hora, as autoridades esclareceram todas as dúvidas referentes a proposta do governo, detalhando de que forma vai ser feito o reajuste e mostraram que no final, a recuperação salarial vai ser de pouco mais de 30%. Após a reunião as partes chegaram a um consenso e o movimento começou a ser disperso.
Como vai funcionar
Os policiais militares indicaram que precisavam de um reajuste de 44% para equiparar as perdas salariais dos últimos anos. Vale destacar que a categoria nunca teve uma conquista salarial tão grande em tão pouco tempo. E eles mereciam. A defasagem é enorme. Atualmente o piso da Polícia Militar é de R$ 2.200. No final do reajuste, em 2013, esse valor vai saltar para praticamente R$ 2.900.
O primeiro reajuste, de 4,2% será dado agora em janeiro próximo e já vai para R$ 2.312. Em abril o governo deve conceder um aumento para todas as categorias, que deve girar em torno de 7% e o salário da PM já sobe para R$ 2.496. Em agosto do próximo ano o governo concede outro reajuste de 4,2%. Com isso o salário dos policiais vai chegar a praticamente R$ 2.600. Em janeiro de 2013 serão concedidos mais 4,2% e em abril novo reajuste geral, também de cerca de 7%. Ao final, os policiais militares vão estar com um ganho real de 31,96%.
Distorção
Tanto governo quanto sindicalistas foram prejudicados pela falta de explicações e diálogo entre os interlocutores. As lideranças sindicais levavam propostas que segundo os representantes do governo não haviam sido apresentadas e isso gerou um impasse. O governo chegou a colocar o Exército nas ruas para conter a criminalidade que avançava com a greve da Polícia Militar.
Para o deputado Hermínio Coelho o movimento foi válido porque chamou a atenção para uma dura realidade, que são os baixos salários da Polícia Militar, mas ele também lembrou que os últimos governos sequer abriam canal de negociação, tanto no executivo quanto no legislativo. “Os governos vinham tratando os policiais praticamente no chicote e o governo de Confúcio, apesar de estar cometendo uma série de falhas causadas por fatores alheios a pessoa do governador, vem mantendo um diálogo. Veja que a PM já parou três vezes esse ano e não fosse pela desinformação, essa situação talvez tivesse sido contornada antes. De qualquer forma eles iniciam agora a recuperação de suas perdas salariais. Atualmente é muito fácil para os trabalhadores obterem informações sobre arrecadação do Estado, capacidade de endividamento e outros números. Tudo está publicado na internet. É preciso conhecer esses números antes de fazer greve, que é o último recurso, quando cessam todas as formas de negociação. Acho que a proposta do governo foi bem colocada e conseguimos levar a informação de forma correta aos envolvidos, colocando fim a esse impasse”, disse o presidente da Assembleia Legislativa.
Fonte:Impacto Rondônia
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Evite palavrões. Dê seu apoio, faça a sua crítica, mas com respeito a todos.