quarta-feira, 7 de maio de 2014

Relatos do Cabo Abrahão

Para quem costumava ler os textos cabo Abrahão relatando as reuniões ocorridas entre as associações militares e o governo, tristemente lê suas mensagens agora e se solidariza com seus sentimentos. Precisamos ajudar.

Texto de Abrahão

O que sobrou do incêndio na caso do bombeiro Abrahão

Hoje foi o segundo "dia útil" após o incêndio que destruiu meu antigo lar.

E as coisas vão se mostrando em suas reais consequências, com maior nitidez... Os simples atos da vida civil se tornam mais onerosos, a burocracia surge em toda a sua "plenitude". A ajuda dos amigos ameniza a exteriorização do sentimento barroco, mas ele ainda está lá, e também consome minha mãe, e também consome até mesmo meu filho excepcional, perceptível pela sua percepção sensorial e espacial de que muita coisa mudou... Mas reconheço que a ajuda dos amigos, colegas e conhecidos ameniza o sentimento da incerteza, da aflição, da tristeza, da frustração.
Em meados de 2012, dirigindo de Sena Madureira para Rio Branco, de madrugada, após vir do velório do avô materno da minha filha, sem ter consumido nada a base de álcool, sem estar em alta velocidade, membros da minha família e eu sofremos acidente naquela estrada, onde capotei o veículo automotor novíssimo do meu amigo fiel Francisco Jusciner Araujo Silva, por dezenas de metros após colidir, mesmo tentando desviar, com uma capivara. Minha mãe Socorro, minha tia Tereza, a prima Luciana, meu segundo pai Wagner, e eu, estávamos no veículo mas nada sofremos, embora o móvel tenha ficado muito avariado. Foi o maior susto da minha vida até então, o maior medo que senti, medo de, ainda que sem intenção, ter sido o condutor que poderia ter, involuntariamente, causado indiretamente a morte de pessoas que amo! No fim, melhor para todos nós que somente o meu prejuízo financeiro permaneceu daquele sinistro.
Dia 3 de maio, último sábado, eis que surge o "novo" maior medo que senti, medo de perder a família, incluindo 2 dos meus 3 filhos amados, naquele incêndio horroroso e dantesco (como diz o canto do soldado do fogo). Medo de que um incêndio que não causei, mas na minha casa, incinerasse 3 outras casas ao redor, expondo mais pessoas a perigo de morte. No fim, melhor para todos que somente o nosso prejuízo financeiro permanece deste incidente. Duas casas em uma (a de minha mãe e a minha com meus filhos) foram destruídas pelas chamas, incluindo a lojinha de confecções e acessórios que construí para "mamãe Socorro" em 2008. Novamente, solidários parentes, amigos, colegas e conhecidos entram em cena para tentar reduzir os efeitos econômicos, os prejuízos materiais, que terei na reconstrução do meu lar e do estabelecimento comercial da mãe Socorro. Obrigado! Sozinho seria imensamente mais difícil. Obrigado a todos, especialmente à instituição Corpo DE Bombeiros Militar Cbmac e aos meus familiares.

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