Coronel Margarete pretende deixar o Gabinete Militar ainda este ano

A gestão da coronel Margarete à frente do Gabinete Militar está perto de um fim. Isso porque a oficial pretende ir para Reserva Remunerada ainda este ano. O desejo foi compartilhado para os militares que prestam serviços a unidade.

Segundo foi repassado, a oficial entrará com o pedido junto à Diretoria de Recursos Humanos Militar (DRH-M), no próximo dia 3 de dezembro, antes, contudo, pediu permissão e a benção ao governador Sebastião Viana, e lhe foi concedido.

O oficial que está sendo sondado para assumir o cargo é o atual subcomandante da PM, coronel Julio César.

Um pouco de história

Margarete, que se tornou a primeira mulher a chegar ao mais alto posto da Polícia Militar do Acre, é uma referência direta à história da própria instituição. Fez parte do primeiro grupo de mulheres a ingressarem na PM, como praça, e mais tarde também participou da primeira turma feminina a chegar ao oficialato.

- Ela participou do todas as etapas da consolidação das mulheres na PM, uma instituição machista e preconceituosa na época. Comandou o batalhão de polícia feminina e nos defendeu naquilo que era de sua competência, relatou uma militar feminina.

As pressões que Margarete sofreu na caserna por ser mulher ficou evidenciado em 2006, quando foi transferida para comandar o 2º Batalhão de Polícia Militar, localizado no Segundo Distrito. A unidade apresentava sérios problemas de ordem administrativa e operacional. A intenção do Comando na época era lançar pedras de tropeço para que desgastasse a imagem política da oficial, na época, no posto major. Aconteceu o inverso. A oficial buscou proximidade da tropa e conseguiu incentivar seus comandados a pressionar os índices de criminalidade para baixo.

Com um comando bom, coube ao Estado Maior outra estratégia: leva-la para comandar a Corregedoria, local onde que está geralmente se queima com a tropa. Outra tentativa em vão. Com auxílio do, hoje, deputado Major Rocha, algumas atitudes foram mudadas e os militares que geralmente eram condenados antes da abertura dos inquéritos passaram a ser tratados com respeito. Nesse período, isso, em 2009, o Blog 4 de Maio lançaria uma enquete para saber quem a tropa escolheria como Comandante Geral da PM. Margarete chegou a 70,6% dos votos dos internautas, em uma lista de oito oficias. Uma unanimidade que duraria pouco.

Com o nome bem contado na tropa, o governo entendeu que poderia utilizá-la como moeda política. Primeiramente se questionou sua ida para o comando, mais tarde se confirmaria a intenção governista de levá-la para Gabinete Militar.

A oficial se esbarraria um problema que sua personalidade traria e outra ocasionada pelo próprio governo. Ela continuou a implementar políticas de acepção de militares, geralmente favorecimentos para pessoal administrativos e próximos a ela, em detrimento aos operacionais, a quem cabiam os serviços mais árduos. Denúncias levantados por este blog sobre favorecimento em diárias, banco de horas foram constantes, isso desgastou a imagem da comandante como pessoa.

Além de problemas relacionados a favorecimento dos “chegados”, Margarete se esbarrou também na má vontade do governo para com a categoria. Se um governo não quer ele não faz e não teria como um cargo político ir muito longe e ser avaliado como positivo se o Executivo não dispuser de interesse em resolver problemas relacionados ao trabalho e à política salarial. Como cabe ao comandante da PM, ao seu subcomandante e ao comandante do Gabinete Militar sempre fazer a defesa, mesmo do indefensável, ela atraiu sobre si uma carga de demanda negativa, colocando-a no mesmo balaio de Sebastião das Neves.

Chegada sua hora de vestir o pijama e dependurar as estrelas que sustentava com os ombros, o peso de uma responsabilidade vai diminuir e as benesses de uma boa aposentadoria com proventos de Secretário de Estado lhe cairá bem.

Aos pobres mortais que ficam, resta esperar pela boa vontade, que nunca chegará em um governo petista, de mudar o Quadro Organizacional para ir para reserva com um salário de fome.