terça-feira, 4 de outubro de 2011

Alagoas - Comandante-geral da PM manda prender seis oficiais


O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Luciano Silva, determinou, de uma só vez, a prisão de cinco oficiais da ativa e de um da reserva remunerada. Ontem à noite, um tenente-coronel, três capitães e um tenente estavam presos na Academia de Polícia Militar, no Trapiche da Barra. Faltava apenas a chegada de um coronel da reserva.
A ordem de prisão foi publicada no Boletim Geral Reservado (BGR) de número 027, publicado no último dia 28 de setembro. Foram presos o tenente-coronel José Expedito da Silva Filho; os capitães Paulo Eugênio da Silva Freitas, Antônio Marcos Lima e Kyvia Maria Melo Mesquita; mais o tenente Djalma Pereira Sanches Filho.
O coronel da reserva remunerada Nerecinor Sarmento também teve a prisão determinada pelo comandante e publicada no BGR mas, até ontem à noite, não tinha sido localizado pelo coronel Louvercy, que é o chefe da Diretoria de Pessoal. Como chefe da DP, coube a ele a missão de localizar o coronel Sarmento e dá-lhe voz de prisão.
Sarmento foi punido com oito dias de prisão a serem cumpridos na Academia da PM. Consta no BGR que ele teve um desentendimento com um vizinho de propriedade rural na cidade de São José da Laje. A denúncia contra o coronel foi feita na Corregedoria Geral da PM e resultou na ordem de prisão.
A capitã Kyvia é médica e integra o Quadro de Oficiais de Saúde (QOS) da PM. Ela foi punida com seis dias de prisão por ter atrasado a conclusão de um Inquérito Sanitário de Origem (ISO), procedimento inerente à função como oficial do QOS.
O capitão Eugênio foi punido com seis dias de prisão após ser absolvido numa sindicância, o que ensejou a discordância do comandante-geral que opinou pela prisão disciplinar do oficial. Eugênio passou 45 dias preso acusado de envolvimento na Chacina da Mata, ocorrida no ano passado, no Benedito Bentes. Quatro pessoas, sendo três adolescentes e um adulto, foram executados com tiros na nuca. O oficial foi absolvido pela Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, por falta de provas.
O capitão Rocha Lima recebeu punição de quatro dias também por sindicância concluída na Corregedoria da PM. No ano passado, o oficial foi denunciado por “conduta incompatível” com o oficialato e teve a exclusão da PM recomendada pelo então comandante-geral da PM, coronel Dário César Barros. Mas ele recorreu e reverteu o processo na Justiça. Em decisão da Câmara do TJ/AL, o capitão deveria ser repreendido pelo Comando Geral da PM.
O tenente Sanches, lotado no Batalhão de Policiamento de Trânsito (BPTran) foi punido com quatro dias por ter se envolvido num desentendimento com um capitão de sua unidade. A parte foi dada, instaurou-se a sindicância e ele recebeu a punição.
O presidente da Associação dos Oficiais Militares de Alagoas (Assomal), major Fragoso, que também responde a procedimento administrativo, classificou como um exagero a prisão dos seis oficiais, e disse que irá encaminhar requerimento ao Comando Geral da PM, pedindo uma triagem mais rigorosa dos procedimentos disciplinares.
“Hoje em dia se dá mais valor à punição que à educação. Não se pensa em melhorar a qualidade de vida dos policiais, em dar assistências ao efetivo. Trabalhamos regidos por lei da época da ditadura militar. Esse procedimento foi exagerado”, disse o major.
“O mais breve possível irei encaminhar um ofício ao Comando Geral pedindo que haja uma triagem mais rígida, quando as denúncias não forem. È preciso convocar o acusado para ouvir, para que ele possa apresentar sua defesa”, ressaltou Fragoso.
Sobre o assunto, a 5ª Seção (Assessoria de Comunicação) do Comando-Geral da PM declarou que todas as detenções aconteceram após um processo rigoroso apuração.

Fonte: O Jornal Web

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