Advogado Roberto Duarte |
Um absurdo. O Blog vinha
alertando e agora o pior se confirmou. A banca de advogados que cuida dos
associados da AME não apresentou agravo regimental a um recurso e sargento da
PM foi condenado, ainda na primeira instância, a mais de quatro anos de prisão,
além de perder a função policial militar.
O caso vinha sendo analisado há
algumas semanas e somente agora está ganhando notoriedade entre os membros da
tropa e aprofundado por membros da Associação dos Militares. O Blog foi
procurado pelo militar prejudicado, Jairo Cavalcante, que nos trouxe todo o
processo e nos explicou algumas falhas dos advogados.
Segundo Cavalcante, que já possuía
dezessete anos de caserna e 25 anos de serviço contando com o trabalho no setor
privado, sua sentença saiu em 2010, houve a interposição de recurso em abril de
2012 e foi negado. Deram entrada em um recurso especial e outro extraordinário,
que foram igualmente julgados improcedentes. O instrumento jurídico a ser
utilizado depois seria um agravo regimental que forçaria o processo a subir
para o Supremo Tribunal Federal, o que concederia a Cavalcante, como é mais
conhecido, ficar alguns anos na PM e sonhar um pouco mais com a absolvição.
O sonho do graduado acabou quando
visitou um advogado de quem tem proximidade e recebeu a informação de que seu
processo havia transitado e julgado. O militar ficou abalado e sem noção do que
fazer. O desespero tomou de conta e, segundo o ex-sargento, o único pensamento
que tinha era ir ao advogado Roberto Duarte pedir explicações na esperança de que
tudo não passasse de um mal entendido. O que não aconteceu. O sonho de
Cavalcante em ser absolvido tornou-se em um pesadelo de condenação. Durante
alguns dias, ele ficou apreensivo e buscando outras saídas até que recebeu o
mandado de prisão expedido pela juíza federal Carolynne Oliveira. Um chão que
se abriu e um militar, que poderia ser julgado inocente, foi parar atrás das
grades de forma processualmente precoce.
De acordo com o contrato da AME,
segundo foi divulgado pelos atuais gestores em uma assembleia geral realizada
para a contratação da banca de advogados, a defesa dos militares deverá ir às
mais altas cortes do país, ou seja, cobriria todas as fases processuais, tanto
em âmbito estadual quanto em Brasília. Não foi suficiente. O desleixo do
advogado com o processo levou o militar à condenação.
A pensão e o Acreprevidencia
Os problemas de Jairo Cavalcante
não param em sua condenação. O que se poderia esperar de um governo que
maltrata seus servidores militares? Como poderia de uma árvore ruim sair frutos
bons? Contando com os poucos direitos que lhe restam, o ex-sargento procurou os
setores da PM para providenciar uma pensão para seus dependentes. Protocolou um
requerimento junto à Assessoria Jurídica da PM e o parecer assinado pelo Major
Elisandro do Vale foi favorável. Contudo...
O Acreprevidencia, instituição
que visa atender os interesses do governo, entendeu o direito do militar de
forma diversa da assessoria jurídica da PM. Quando o processo da pensão foi
repassado, imediatamente foi indeferido. Eram os problemas de Cavalcante que
aumentavam.
- Vale acrescentar que a vedação
do direito a pensão policial militar a quem contribuiu seria uma ofensa direta
a Constituição Federal em seu artigo 42 § 2º, como também, a Lei Complementar
164/2006 (Estatuto dos Militares do Estado do Acre ) em seu artigo 117 § 1º, e
por que não dizer um enriquecimento sem causa do Estado, tendo em vista as
cotas descontadas mês a mês durante todo o período laboral, escreveu a
Assessoria Jurídica da PM.
Mesmo sob flagrante desrespeito à
lei, a instituição previdenciária do Acre teima em não conceder o direito ao
ex-militar, alguns afirmam que a negativa possui indicação política.
- Portanto, é nítido o direito de
percebimento da Pensão PM às seus beneficiários [...] por serem beneficiários
do ex-militar, isto no percentual de 100% (cem por cento) do valor da pensão em
analise divido igualmente entre todos os beneficiários, tudo com base no
disposto nos artigos 7º, inciso I, artigo 9º e artigo 36 da LC nº 04/1981,
finaliza o parecer.
A ajuda
Buscando dia após dia encontrar
esperanças para se reerguer perante a sociedade e para si mesmo, o ex-sargento
procurou o deputado Major Rocha na Assembleia Legislativa. O parlamentar se
prontificou a ajudar Cavalcante na questão jurídica e seu processo já está
sendo analisado por um advogado, que prometeu pegar o caso e leva-lo às últimas
consequências.
Segundo informações ainda serem
melhor analisadas, a Ordem dos Advogados será forçada a tomar algumas atitudes
e se ventila que Roberto Duarte poderá perder o direito de advogar por algum
tempo, caso a ordem entenda procedente a denúncia que será protocolada. O caso
também deverá levar a ações cíveis.
A vida de Cavalcante depois da
prisão
Comove o militar falar de seu
processo, dos dia de caserna, dos trabalhos e dos amigos de farda. Ele ainda
tem dificuldades em olhar um militar ostentado suas divisas, uma atitude
singela que costumava fazer em seus dias de serviço. Com um olhar triste e
quase sempre cabisbaixo, não nos sentimos bem em publicar suas fotos que
tiramos durante a conversa. A notoriedade de seu rosto, em nosso entender, só
serviria para condená-lo ainda mais perante a sociedade e, com certeza,
revoltaria qualquer militar, amigo ou não de Cavalcante, observar seu olhar
lacrimejando enquanto tentava explicar, à sua maneira, os erros processuais que
aconteceram.
A conversa transcorria sob
intervalos, para que o ex-militar se recuperasse e tornasse a falar de algo que
lhe doía, já que sua vida profissional e pessoal foi esfacelada. Entre
lamentos, ele afirma que nada lhe doía mais do que olhar para a família.
Passando dificuldades, o militar aproveita o regime semiaberto para trabalhar
como vigilante em postos de gasolina, ganhando míseros trocados para poder
tocar a vida. À noite, recolhido entre as muralhas frias do presídio, ele
espera ver o raiar de um novo dia, um dia de trabalho que tome conta de sua
mente para não pensar no que lhe aconteceu. Nunca um amanhecer lhe tinha sido
tão esperado, nunca o sol, que o irritava quando estava com um apito na boca
organizando o trânsito, lhe foi tão amigo. Os dias se somam e a vida de Jairo
Cavalcante segue entre a prisão e a rua, entre a semiliberdade e a frieza de
uma cela, que um dia chegou a vigiar.
Uma grande baixa para a PMAC!
ResponderExcluirTrata-se de um excelente policial e um grande companheiro!
Boa sorte, Cavalcante!
Deus jamais te abandonará!
meus queridos,a vez que precisei desse advogado,fiu mal atendido por ele,e parecia que eu era um funcionario do mesmo,e quando nos acompanha,não olham o processo e só dá uma olhadinha na hora,é brinadeira,só serve pra te acompanhar,pra te defender............
ResponderExcluirAbsurdo!!! E agora senhores advogados? Concederão, às próprios custos, uma pensão para o Cavalcante? Virem-se! Senhores estão pensando só na grana do fim de mês. Infelizmente parece-me que é isso mesmo.
ResponderExcluirCaro Cavalcante persevere no Senhor, que Ele é o Deus dos injustiçados, dos mais humildes.
Estamos invertendo a ordem das coisas, afinal que é o patrão? Os MILITARES através de sua representação. Se essa banca só está prejudicando os militares, os trata mal, não tem o mínimo de compromisso, encerrem o contrato e pronto.
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