Governador passa primeira missão ao vereador Vieira

Absolutismo e Ingerência: Tião Viana “pede” a Diretoria da AME que não faça Plebiscito

Tião odeia plebiscitos! Esquentou de vez o jogo de bastidores. Após o Governo do Estado cooptar o Vereador Vieira e orientar o Deputado Jamil Asfury para fazer “oposição chapa branca e inteligente”, chegou ao nosso conhecimento que o próprio Governador teria pedido ao Presidente Isaque Ximenes e ao Conselheiro Deliberativo Abrahão Púpio que boicotassem o Plebiscito da AME para escolha do candidato oficial a vereador. O infame pedido teria ocorrido durante uma reunião na tarde da última quarta-feira (28/03) no Gabinete Civil do Governador, cujo principal objetivo era detalhar melhor os moldes do Projeto Cidade do Povo (que destinará 2600 moradias para policiais civis e militares, bombeiros, agentes penitenciários e servidores do DETRAN).

Já era de conhecimento deste espaço que o Coronel Anastácio e o Vereador Vieira também são contra o plebiscito na caserna para definir o candidato oficial dos milicianos. O Vereador Vieira esteve dias atrás reunido com o Sargento Isaque, ocasião na qual fez o pedido de censura prévia ao plebiscito. Não satisfeito com a resposta, o Vereador procurou o próprio Tião Viana para que o Governador pressionasse a Diretoria da AME.

Abrahão Púpio, ao ser questionado sobre o tema, entende que após a reunião de terça-feira (03/04) na AME tudo ficará oficializado com relação ao plebiscito. “De início tinha dúvidas com relação ao plebiscito, até porque somente tínhamos 3 candidatos na policia militar, sendo que um não participará do plebiscito e outro sairá candidato independente do resultado. A própria diretoria da AME não era unânime. Porém, nos últimos dias mais opções apareceram e espero que mais surjam. Isso dará maiores possibilidades de se fazer escolha que atenda aos interesses dos militares estaduais.”

Púpio disse ainda ter a certeza que o plebiscito será partidarizado e politizado como nunca, com forte tendência maniqueísta. “Na sexta conversamos durante horas, diretoria executiva e conselho deliberativo, não dá para não ter plebiscito. Em reflexão aprofundada, o plebiscito poderá fortalecer a consciência de classe, desde que conduzido com imparcialidade e profissionalismo por uma comissão específica.”

Perguntado sobre se o plebiscito afetaria as negociações com o governo, Abrahão Púpio respondeu: “esperamos que não, até porque soaria antidemocrático e poderíamos retornar ao clima de animosidade total de meados de 2011. Em todo caso, já propus aos outros membros da AME que quem estiver na comissão do plebiscito não participe de negociações com Governo e Comandos. Vou me voluntariar para compor a comissão plebiscitária, naturalmente vou me retirar da mesa de negociações políticas. Sargentos Isaque e J. Pires podem continuar essa desafiadora odisséia com extrema competência. Por fim afirmo que o Governo ainda precisa reconquistar grande parte da base dos militares estaduais. Não os perderam para a oposição, mas para si próprio. Como sindicalista de fato, interesso-me pelas conquistas, independente de que lado venha.”

Texto enviado por um colaborador