segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Policial recebe pouco mais de 200 reais por risco de vida; facção criminosa estaria pagando entre 600 a R$ 1.500,00 por cada militar assassinado; Anastácio diz desconhecer denúncias


Oficiais garantem que não há defasagem nos quadros da PM e que o Comando está pronto para oferecer suporte aos militares acreanos
GINA MENEZES, ESPECIAL PARA AGÊNCIA CONTILNET
Membros do PCC estariam no Acre ameaçando policiais militares
Membros do PCC estariam no Acre ameaçando policiais militares
O Primeiro Comando da Capital (PCC) estaria pagando até R$ 1.500,00 pelo assassinato de um militar. No Acre, maioria dos homens da Polícia Militar, que atuam nas ruas ou nas perigosas missões da captura de bandidos, está aterrorizada.

De acordo com um policial militar que não quis se identificar por motivos de segurança, há líderes do PCC instalados no estado, cuja missão principal é assassinar policiais que trabalham, principalmente, no enfrentamento ao tráfico de drogas. “O preço que os chefões pagam por um militar morto varia de R$ 600,00 a R$ 1.500,00”, informa.

E acrescenta: “Quando saiu a matéria de que a Polícia Civil teria prendido 39 integrantes da facção criminosa PCC, na verdade, só foram presos os ‘soldados’, como eles chamam os que são recrutados; os cabeças, os mandantes, ainda estão por aí, planejando e aplicando os mais diversos crimes. Como acham que evoluiu o crime em nossa cidade?”, questiona.


Atualmente, no Estado, ainda segundo a denúncia, a PM passa um problema grave que é a falta de contingente e valorização já que, todo ano o número de policiais que entram na reserva é superior aos que são contratados, através de concursos, pela Polícia Militar.

Os policiais militares também estariam desmotivados e desvalorizados após o fim das promoções e condecorações que recebiam por serviços prestados. E o pior: eles recebem pouco mais de R$ 200,00 por risco de vida.


Integrantes do PCC que já estariam no Acre ameaçam policiais que atuam, principalmente, contra o tráfico de drogas
Integrantes do PCC que já estariam no Acre ameaçam policiais que atuam, principalmente, contra o tráfico de drogas
“Hoje, tiraram os prêmios por bravura, desmotivando a tropa. Hoje, a vida do soldado tem mais valor para o crime organizado do que para a instituição; quando nos pagam R$ 200,00 de risco de vida, o PCC paga R$ 1.500,00 para nos matarem. Esse é um dos motivos por que muitos policiais se corrompem e a sociedade não fica sabendo o motivo. É certo que muitos policiais andam se escondendo, mudando suas rotinas, pois, em vez de caçadores de criminosos, estão sendo caçados”, declara.

Ele diz que outro grave problema que tem afetado a Polícia Militar é o desfalque nas guarnições, provocado pela retirada de alguns policiais, destinados ao policiamento municipal.


“De cada batalhão, entre dois e cinco policiais foram destinados à prefeitura ou a outras instituições governamentais, deixando uma lacuna. Ou seja, alguns postos policiais deixaram de funcionar por conta destes desfalques; reflexo disto foi o fechamento do box do Tancredo Neves”, lembra.

Falta de condições para trabalhar e politicagem dentro da corporação
O policial militar, que a reportagem chamará de Marcos (nome fictício, pois ele não quer ter o nome revelado), tem 22 anos e pretende abandonar a carreira na Polícia Militar tão logo seja aprovado em outro concurso público.

As razões da desmotivação com a carreira policial, de acordo com ele, trata-se de um trabalho difícil de ser executado, sem as condições necessárias adequadas, e pelo excesso de ‘politicagem’ dentro da corporação, como define.

“Você sabe que não sou a melhor pessoa para falar sobre isso, tendo em vista que sou apenas uma gotícula dentro desse imenso universo político que é a Polícia Militar. Não quero ser prejudicado ou mandado para Santa Rosa do Purus”, diz.

De acordo com o jovem policial que pretende ingressar na faculdade de Direito visando uma nova profissão, não há condições de trabalho para os soldados.


Policial 'abatido' pelo PPC (Foto enviada por militares do Acre)
Policial 'abatido' pelo PPC (Foto enviada por militares do Acre)
“Sei que a Polícia Militar não paga em dias a empresa que aluga os carros e por isso tem muitos problemas que não são resolvidos, tipo ar condicionado de viatura, pneus carecas, entre outros”, diz.

A respeito da suposta defasagem policial nos batalhões, o policial diz que isto acontece pelo grande número de integrantes da corporação, que são colocados à disposição de outros órgãos. “Esses policiais são os “peixes”, aqueles que ficam ‘à disposição’ de autoridades”, diz.

Com relação ao fato da Polícia Militar ser a 4° maior corporação do Brasil, Marcos diz que a mesma não pode ser considerada assim, pois está defasada.

“A Polícia Militar pode até ser a quarta corporação do Brasil, entretanto, não estão contando com policiais de férias, de atestado médico, dos que estão se aposentando, dos que morrem em ocorrências ou em decorrência delas, dos em licença, à disposição do gabinete do governador, do Tribunal de Justiça, da prefeitura e de tantos outros órgãos públicos, que sugam somente os "peixes", aqueles que não estão tirando serviço de rádio patrulhamento, ou "serviço de rua", vamos dizer assim. Quando se trata da Polícia Militar, temos que ser bastante cautelosos”, declarou.

Com relação à política partidária, que segundo ele, permeia as promoções para oficiais dentro da PM, o policial afirma que este é um dos principais motivos para pensar em outra profissão.

“Com certeza, meu sonho nunca foi ser policial militar. Sempre foi fazer a faculdade de Direito, mas, por motivo de força maior ainda não consegui. Quero fazer um concurso melhor, tipo Polícia Rodoviária Federal, Polícia Federal ou no próprio Judiciário. Acredito que eu não teria coragem de fazer o concurso de oficiais da PM para seguir a carreira, tendo em vista que se quisesse ser promovido depois do posto de 1° Tenente, eu teria que "puxar saco" do governador. Isso não me engrandece em nada”, diz.


Defasagem nos quadros prejudica trabalho, diz tesoureiro
Para o tesoureiro da Associação dos Militares do Estado do Acre, AME/Acre, Joélson Dias, a defasagem militar pode chegar a 1/3 nos quadros policiais da PM.

Ele diz que, além dos policiais que ficam à disposição de outros órgãos, há também o elevado número dos que chegam à idade de se aposentar.

A respeito do enfrentamento ao suposto braço do PCC no Acre, o sargento Dias afirma que existem comentários, mas que ele desconhece o assunto, oficialmente.

Ele diz, no entanto, que no caso de se confirmar algo deste tipo, os policiais do Acre não estariam em condições de enfrentar o crime organizado.

“Os policiais são bem treinados e aplicados, mas a própria estrutura da PM não oferece condições, tanto é que você vê por aí policiais empurrando viaturas”, diz.

De acordo com os dados do comando da Polícia Militar, a instituição é a quarta maior corporação do Brasil: a média no Acre é de um policial para cada 283 habitantes enquanto que a nível nacional é de 472 habitantes.


"Não há defasagem nos batalhões", garante comandante do policiamento operacional
O comandante do policiamento operacional, coronel Mário Cezar, nega que os batalhões estejam em defasagem por conta da saída de alguns militares para servir a outros órgãos. Ele diz que o que existe são permutas.

“Sempre que tiramos 10 policiais, imediatamente colocamos outros 10 nos lugares daqueles que saíram. Não há defasagem, de forma alguma”, nega.

A respeito da suposta intimidação que os policiais militares estariam sentindo face ao aumento do tráfico de drogas na capital, o comandante acredita não ser uma informação procedente.

Ele afirma que o enfrentamento ao tráfico de drogas não deve ser um trabalho meramente ostensivo, mas também de inteligência.


O Primeiro Comando da Capital (PCC) é uma das facções criminosas mais perigosas e estruturadas que existe no Brasil
O Primeiro Comando da Capital (PCC) é uma das facções criminosas mais perigosas e estruturadas que existe no Brasil
Faltam policiais militares em áreas de fronteira
De acordo com texto publicado no dia 21 deste mês, no blog oficial da AME/Acre, está faltando policiais militares em Assis Brasil, fronteira com Iñapari (Peru) e San Pedro de Bolpebra (Bolívia).

Segundo a matéria, em Assis Brasil há apenas 15 policiais militares, sendo que nove estão desempenhando trabalho no rádio patrulhamento, quatro estão no quartel e dois na administração.

Ainda de acordo com informações do blog, somente no mês de janeiro de 2013 foram transferidos três policiais de Assis Brasil para Rio Branco e Xapuri, sem que houvesse a chamada permuta, que permitirá, via de regra, que outros militares fossem mandados para Assis Brasil.

”Isso ocorreu devido ao apadrinhamento político e de alguns coronéis”, diz o texto.

As informações do blog dizem, ainda, que na delegacia de Assis Brasil o efetivo é bem menor, haja vista que a mesma está interditada, sem receber presos. Se a PM tiver que prender alguém, terá que conduzir a pessoa até Brasileia.

Vale ressaltar que Assis Brasil é considerada área de fronteira e, portanto, bastante visada para o mercado do tráfico de drogas.


O comandante da Polícia Militar do Acre, José dos Reis Anastácio, nega defasagem no efetivo e diz desconhecer que os policiais militares estejam se sentindo ameaçados diante de lideranças do PCC (Foto: Blog dos Militares do Acre)
O comandante da Polícia Militar do Acre, José dos Reis Anastácio, nega defasagem no efetivo e diz desconhecer que os policiais militares estejam se sentindo ameaçados diante de lideranças do PCC (Foto: Blog dos Militares do Acre)
"O comando está pronto para dar todo suporte aos militares", diz comandante-geral da PM
O comandante da Polícia Militar do Estado do Acre, coronel José dos Reis Anastácio, recebeu a reportagem da Agência ContilNet na sala do comando geral na manhã de sexta-feira (22), onde se disse surpreso com as declarações dadas em "off" por alguns militares.

Ele negou que haja defasagem no efetivo, desconhece que os policiais militares estejam, supostamente, se sentindo ameaçados diante de lideranças do PCC que desejam usar o Acre como corredor para o tráfico de drogas, e garantiu que o comando geral está à disposição de todos os militares para que, juntos, possam encontrar soluções para os problemas do cotidiano.

“É até uma surpresa para mim este tipo de declaração dos policiais que você, por conta do sigilo profissional, já disse que não divulgará os nomes. Quero dizer a esses policiais que estamos prontos a recebê-los aqui no comando, para ouvir as queixas, aceitarmos as sugestões e, juntos, encontrarmos a solução”, declarou.

O comandante-geral ressaltou que não há defasagem no efetivo dos batalhões.

“O que há são as permutas. O fato de alguns militares ficarem à disposição de outros órgãos é algo constitucional”, assegurou.

Sobre o suposto temor de militares no enfrentamento ao tráfico e especificamente ao PCC, ele diz que não há nada concreto neste sentido.

“Sabemos que já houve 39 prisões de pessoas ligadas ao PCC e desconheço que esteja havendo isto”, diz.


Acre tem o 3° menor orçamento para a Polícia Militar da Região Norte
O Ministério da Justiça apresentou na última terça-feira (19), por meio da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), uma série de pesquisas na área de segurança pública em todo o país.

Entre os Estados da região norte, o Acre é o que possui o menor orçamento destinado para a Polícia Militar. A pesquisa contém indicativos pertinentes ao ano de 2011.

A PM dispõe de um orçamento de pouco mais de R$ 117 milhões, sendo que somente a folha de pagamento corresponde ao gasto de 93,1% deste total.

O restante do dinheiro é gasto com equipamentos para proteção individual, transporte e comunicação, entre outros.


Fotos de policiais feridos enviadas à ContilNet por militares do Acre
Fotos de policiais feridos enviadas à ContilNet por militares do Acre
"Somos obrigados a preencher a folha", diz policial
O policial que pediu sigilo à sua identidade enviou estas informações a um profissional da Agência ContilNet através de email. Veja o texto, na íntegra:

Olá, vamos ao que interessa.

Atualmente no Acre a PM passa um problema grave que é a falta de contigente e valorização,isto porque todo ano vai mais policiais para a reserva do que entram novos em concursos.
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A base da PM no Tancredo Neves já funcionava a algum tempo mas de forma precária, as coisas que ainda tem são objetos doados pela comunidade.
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Há cerca de 1 mês começou uma operação nos comércios do centro e criaram um policiamento municipal extra da prefeitura composto de policiais do Estado. De cada batalhão foram tirados entre 2 a 5 policiais e destinados a prefeitura deixando uma lacuna, ou seja alguns postos policiais deixaram de funcionar por conta destes PMs que foram enviados para a prefeitura, reflexo disto foi o fechamento do Box do Tancredo Neves.
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o que conta para o comando são as "estatísticas" nos dão uma folha  de papel dita como "folha de abordagem" e todo serviço somos obrigados a preencher esta folha! e no fim do mês o comandante passa estas estatísticas de abordagem para o governo contar vantagem. De nada serve essa folha, para se ter uma ideia existem vários meios de preencher a folha sem mesmo ter que abordar uma pessoa, que é o que muitos fazem. por ex: bastam ir ao terminal de Ônibus pegar uma caixa que tem de documentos perdidos e tirar uns 20 nomes e passar para a folha todo o dia e pronto!
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Relatos de um antigo na caserna…
A Agência ContilNet publica o relato de outro policial, um dos mais antigos da Polícia Militar do Acre. Veja o texto, na íntegra:

"No Acre as coisas tem ficado difíceis para aqueles que obstinados continuam a combater o crime. Não são poucas as vezes em que guarnições de policiais que são mais aplicados e determinados a verem criminosos presos ouvirem ameaças de morte. Mas tão logo que surgiu ameaças advindas de integrantes do PCC que se instalou aqui no Acre, isso passou a mexer com o brio destes combatentes.

Para se ter uma ideia do reflexo destas ameaças, policiais que trabalhavam a anos no reservado do 5º BPM, se viram obrigados a mudarem de batalhão e até mesmo da região onde moram. ou seja, a própria policia se sente ameaçada!

Quando saiu a matéria que a policia civil teria prendido 39 integrantes da Facção Criminosa PCC, na verdade só foram presos os "SOLDADOS" que é assim como eles chamam os que são recrutados,os cabeças ainda estão por ai planejando e aplicando os mais diversos crimes em nossa cidade. como acham que evoluiu o crime em nossa cidade?
Neste mês, chegou na cidade enviado pelos chefões do PCC um homicida de policiais destinado somente para eliminar alguns pms que estavam atrapalhando o trabalho de uma das células do trafico. Isso não é teoria, mas realidade, comprovada em investigações.

Assassinato de policial militar custa entre 600 a 1500 reais e a casos em que pagam até 500 mil reais pela cabeça do policial na cidade de São Paulo. E  esta regra de valores vai se estendendo também para os outros estados. Muitos policiais estão a trabalhar apreensivos com medo de morrer e de até mesmo bater de frente com o tráfico.
A verdade é que muitos se sentem desvalorizados e não reconhecidos, antes o policial ganhava condecoração e subia de graduação por bravura, ou seja, quando este agia defendendo e salvando vidas. Hoje tiraram os prêmios por bravura desmotivando a tropa.
Só para se ter uma ideia o risco de vida de um soldado é de 200 reais para este combater o crime todos os dias , já o risco do coronel é de em torno de 900 reais para não sair de uma sala. Hoje a vida do soldado tem mais valor para o crime organizado do que para a instituição, quando nos pagam 200 reais de risco de vida o PCC paga 1500 para nos matarem. E é um desses motivos que muitos policiais se corrompem  e a sociedade não fica sabendo o motivo. É de certo que muitos policiais andam se escondendo mudando suas rotinas pois em vez de caçadores de criminosos estão sendo caçados.
Só para refrescar a memória dos esquecidos, nos últimos anos foram vários atentados contra policiais militares no Acre, Muitos destes foram mortos por cumprir o dever. Ano passado muitos dos nossos sofreram emboscadas e quase mortos. Para as estatísticas oficiais, seria mais um PM morto. Mas, não é! É menos um soldado na luta contra o crime.
Uma cidadã revoltada diz o seguinte:

 Enquanto nossos soldados são abatidos pelas costas, o Estado,  se cala!!!, a Justiça lava as mãos, os Direitos Humanos, se omitem (o que não é de se admirar!) e a sociedade prefere não tomar partido.
- Hipócritas! Covardes!

Essa guerra não é só da PM. É de todos nós."

3 comentários:

  1. A crise esta tao feia na pm que tem capitao fazendo bico em igreja por R$50,00 se quizer confeiri e so passar na igreja batista do bosque nas quartas feira a tarde e nos domingos à noite.Va la e confira. E brincadeira!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

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  2. Um capitão não precisa fazer "bico". Simplesmente não sabe administrar o salário que ganha.

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  3. logo o todo certinho cap giovani que diz ser um cumpridor da lei. que coisa feia capitao. antes de julgar seus comandados olhe para si. voce nao tem respaldo moral para estar a frente da disciplina de um batalhao. e ele ainda e capaz de punir um suboordinado por tirar um PO. Um Capitao franelinha.

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