quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Jogo baixo

Jardel Lima diz que foi coagido por delegado para incriminar deputado Major Rocha e desembargador Samuel Evangelista




28 de fevereiro de 2013 - 3:40:15
Gleydison Meireles – Fotos de Willamis França
ggreyck@gmail.com

“Eu sou o bucha”, disse Jardel Lima Nogueira, de 33 anos, que prestou depoimento durante a audiência pública da CPI que investiga o Tráfico de Pessoas no Brasil. Segundo o acusado de integrar a rede exploração sexual de mulheres e adolescentes desmantelada pela Operação Delivery da Polícia Civil, ele teria sido coagido por um delegado que participou da investigação para incriminar um deputado e um desembargador.
JARDELJardel Nogueira começou a falar aos membros da CPI e disse que é vitima da imprensa que o acusou de tráfico de pessoas, pedofilia e exploração sexual, mas que nunca teve envolvimento com a polícia. Preso desde outubro de 2012, Jardel acusou o delegado da Operação Delivery Nilton Boscaro de coação, afirmando que a autoridade policial o intimidou com uma arma durante sua prisão, na tentativa de obter nomes de possíveis acusados de envolvimento com a quadrilha de aliciadores.
O acusado disse também que o delegado Nilton Boscaro queria que ele confirmasse que o deputado estadual Wherles Rocha (PSDB) e o Desembargador Samuel Evangelista contratavam serviços sexuais de menores, por meio dos aliciadores. Durante o depoimento Jardel denunciou que as vítimas também foram coagidas por Boscaro, e que confirmou em depoimento ao Juiz Romário Divino a coação.
O acusado declarou que em determinado momento pensou em confirmar que o deputado Wherles Rocha teria envolvimento com crimes de pedofilia, por conta das pressões sofridas durante o depoimento na sede da Delegacia de Combate ao Crime Organizado (DECCO) do Ministério Público. Jardel Nogueira pediu proteção aos membros da CPI, e disse que até mesmo dentro do presídio está sofrendo ameaças por está sendo acusado de envolvimento de crimes sexuais com menores.
O vice-presidente da Comissão, Luiz Couto (PT-PB), interpelou Jardel Nogueira quanto a acusação do Ministério Público e Polícia Civil sobre as acusações de aliciar menores para a prostituição, o acusado negou qualquer tipo de envolvimento com a rede de exploração de menores.
Quanto à acusação de liderar a organização criminosa e de envolvimento com os outros acusados de aliciamento, Jardel negou conhecer os outros denunciados de aliciamento e disse que aceitaria fazer uma acareação com as pessoas que o acusaram durante depoimento na delegacia.
Respondendo aos questionamentos da deputada federal Antônia Lúcia (PSC-AC) afirmou desconhecer porque está sendo acusado de liderar a quadrilha de aliciadores.

Fonte: AC24Horas

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