segunda-feira, 12 de maio de 2014

Militares do Acre estão envergonhados por terem que motivar o uso de apitos no combate ao crime

Medida revela a incompetência do governo em dar uma resposta ao caos na Segurança Pública.

A notícia de que a sociedade e a PM passariam a adotar o apito como forma de combater a criminalidade no Acre virou motivo de chacota nas redes sociais e está envergonhando os operadores em segurança pública. A população ao invés de ligar para o 190 será incentivada a andar com um apito e soprá-lo sempre que precisar de socorro policial.

Felipe Zanon, um ex-sargento da PM, comentou a estratégia do governo petista com alguns paranaenses.

- Vim ao Paraná divulgar a brilhante ideia do governo do Acre de fazer segurança pública com apitos. Até o presente momento muitas gargalhadas, dois acharam que eu era louco e um terceiro trollou: gostei, num lugar que não existe, um método que não existiu nunca..., escreveu em sua página no FaceBook.

Já o coronel da reserva, Raimundo Teodoro, ironizou em seu comentário nas redes sociais.

- E o carnaval ainda está longe! outra coisa para apitar na marcação de samba tem que ser maestro e não PM ! Esse PT é uma piada.

Em conversa com militares na tarde de hoje, 12, muitos manifestaram indignação sobre a imagem estampada nos sites e redes sociais mostrando soldados ostentando apitos.

- O comandante da PM faz isso por que ele não sabe nem como é uma viatura por dentro, não tira serviço de rua, não conhece a realidade. Estou muito puto com tudo isso. Eles deveriam era contratar mais pessoas para compor efetivo, aumentar o número de policiais por viatura, aparelhar melhor todos os policiais, pagar um salário digno, mudar as leis e fazer os políticos pararem de roubar o dinheiro público, aí sim a criminalidade iria diminuir. Se eles pararem de roubar, o índice de criminalidade diminui pela metade no país, desabafou o militar.



Enquanto alguns se envergonhavam e criticavam, outros tentaram defender a atitude desastrosa do comandante Anastácio e do secretário Reni Graebner. Luciano Dias e Luzelandio Freitas, majores da Polícia Militar, advogaram a medida adotada pela cúpula da segurança.

De acordo com Luciano, o uso dos apitos chegou a diminuir o índice de criminalidade em algumas cidades do país.

- A foto do nosso Cmt Geral retrata um projeto que poucos conhecem aqui no Acre. Mas já foi bastante eficiente em algumas cidades brasileiras como BH, Curitiba e São Paulo para prevenir os crimes contra o patrimônio, mas principalmente o furto em residências. O projeto VIZINHO SOLIDARIO implantado por lá e aqui nós o chamamos de Vizinhança Solidaria consiste em aplicar a filosofia de polícia comunitária. Onde o policial é o maior protagonista da Segurança Comunitária. Exerce o papel muito mais complexo do que simplesmente algemar um criminoso. 


- Deixo aqui o meu repúdio e reafirmo o orgulho e amor que tenho a minha corporação, independentemente de cor partidária, escreveu Major Freitas criticando as pessoas que manifestaram pensamentos contrários ao projeto.


Perdidos

A medida, em sua grande verdade, revela a incompetência do comandante da PM, José dos Reis Anastácio, e do secretário Reni Graebner em dar uma resposta coerente ao caos na segurança pública. Pressionados pela sociedade que sente na pele o despreparo dos gestores do governo petista, a Secretaria de Segurança e o Comando da PM não conseguem apresentar ideias que resolvam ou amenizem o problema que está afundando o Acre em um mar de sangue e de inquéritos policiais, muitos deles não resolvidos.

Um comentário:

  1. Eu também como militar afirmo o orgulho e amor que tenho pela minha corporação e meu repúdio a essa ideia de fazer segurança pública com apitos pelo meio das ruas. Quem já fostes tu policia militar, quanta saudades eu sinto de quando a policia era policia militar.

    ResponderExcluir

Evite palavrões. Dê seu apoio, faça a sua crítica, mas com respeito a todos.